Jair Bolsonaro descumpre o código de ética de seu partido, o PL, quando ataca as eleições sem provas. O documento prevê desde advertência até expulsão para o integrante que “atentar contra o livre exercício do direito de voto e a normalidade das eleições”.
O presidente se filiou ao PL em 30 de novembro do ano passado. Desde então, já fez ataques sem provas ao sistema eleitoral brasileiro. No início do mês passado, disse que o Exército havia identificado “dezenas de vulnerabilidades” no sistema, o que não é verdade.
No último dia 10, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) respondeu a questionamentos das Forças Armadas, mas as perguntas não tinham “qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades”, informou a corte. O tribunal retirou o sigilo das respostas no dia 16, depois que Bolsonaro fez esses ataques.
Mesmo antes de entrar no PL, Bolsonaro já havia ameaçado as eleições: “Sem eleições limpas e democráticas, não haverá eleição”, disse o presidente em agosto do ano passado. No mês anterior, declarou: “Eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições“.

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Valdemar Costa, presidente do Partido Liberal (PL), tem perfil articulador nos bastidores políticos. Nos últimos tempos, retornou ao holofotes com a filiação de Bolsonaro ao PLDivulgação/PL

No governo Bolsonaro, o cacique da sigla já fez indicações ao Ministério da Saúde, ao Banco do Nordeste e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da EducaçãoDivulgação/PL

Em outubro de 2021, Valdemar gravou um vídeo convidando Bolsonaro a ingressar no PL e, também, afirmou que iria apoiá-lo na campanha de reeleiçãoDivulgação/PL

Em gravação a auxiliares, Waldemar defendeu a ideia dizendo que “todos têm que crescer”, se referindo à filiação do presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles

Valdemar foi questionado diversas vezes sobre os enroscos que poderia criar para o PL com a filiação de Bolsonaro, mas o objetivo sempre foi o crescimento do partidoRafaela Felicciano/Metrópoles

Valdemar da Costa Neto, presidente do PLJosé Cruz/Agência Brasil

A filiação, inclusive, foi adiada uma vez, após troca de insultos entre Valdemar e Bolsonaro, incluindo um “VTNC você e seus filhos”, dito pelo presidente do PLJosé Cruz/Agência Brasil

Bolsonaro negou a troca de farpas com o cacique do PL, mas exigiu ter a palavra final sobre os palanques do partido em 2022 nos três maiores colégios eleitorais do BrasilRafaela Felicciano/Metrópoles

O "casamento" só deu certo após Valdemar acertar a candidatura do ministro Tarcísio Freitas ao governo de São PauloGustavo Moreno/Metrópoles

Com a entrada do bolsonarista na eleição de São Paulo, Valdemar precisará refazer os cálculos para repartir o fundo partidário entre todos os deputados do PLDivulgação/PL