O procurador-geral da República, Augusto Aras, deve dar uma cutucada no ministro Alexandre de Moraes, do STF, na próxima semana. A expectativa no entorno de Aras é que o recado venha junto do provável arquivamento da representação que Jair Bolsonaro apresentou contra Moraes na quarta-feira (18/5).
Segundo interlocutores do PGR, Aras deve registrar na decisão de arquivamento que o Inquérito das Fake News tem expedientes questionáveis. Uma crítica é a dificuldade que as defesas dos investigados e a própria PGR dizem ter para acessar o processo, que tramita no gabinete de Moraes. O documento deve ser assinado pela vice-PGR, Lindôra Araújo.
A nova investida de Bolsonaro contra o ministro, agora na PGR, aconteceu na quarta-feira (18/5). Nesse dia, o ministro Dias Toffoli, do STF, havia rejeitado uma ação do presidente no tribunal contra Moraes.

Daniel Ferreira/Metrópoles

A relação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, com o presidente Jair Bolsonaro é, de longe, uma das mais tumultuadas do cenário político brasileiroGetty Images

No capítulo mais acalorado, no último 7 de Setembro, o presidente chamou o ministro de “canalha” e ameaçou afastá-lo do cargo Reprodução

O motivo? Moraes expediu ordem de busca e apreensão contra bolsonaristas e bloqueou contas bancárias de entidades suspeitas de financiar atos contra o STFHUGO BARRETO/ Metrópoles

“Sai, Alexandre de Moraes, deixe de ser canalha, deixe de oprimir o povo brasileiro”, disse o presidente diante de uma multidãoFábio Vieira

Meses antes, em fevereiro, Moraes havia mandado prender o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ), aliado do presidenteAline Massuca

Moraes também é relator de inquéritos em que o presidente e vários de seus aliados aparecem como investigados Daniel Ferreira/Metrópoles

O mais recente é o que investiga Bolsonaro por associar as vacinas contra a Covid-19 com a contração do vírus HIV, causador da aidsMicheal Melo/ Metrópoles

O inquérito motivou o início de mais um round entre os doisMarcelo Camargo/ Metrópoles

“Tudo tem um limite. Eu jogo dentro das quatro linhas, e quem for jogar fora das quatro linhas não vai ter o beneplácito da lei. Se quiser jogar fora das quatro linhas, eu jogo também”, disse o presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles