O senador Alvaro Dias, do Podemos do Paraná, tem se mostrado mais receptivo a uma saída de Sergio Moro para o União Brasil. Dias disse nesta quinta-feira (20/1) que a decisão cabe só a Moro, e que o Podemos não deve influenciá-la.
“Cabe ao Moro responder, sem se preocupar conosco. Você tem de se identificar com o partido, é uma opção pessoal. Nós não devemos influir. Qualquer opinião nossa fica fora do que é correto”, afirmou Alvaro Dias.
Até então, Dias, uma das lideranças do Podemos, vinha dizendo que era “impróprio” discutir a saída de Moro da sigla, com apenas dois meses de filiação do ex-juiz.
O senador concorreu ao Planalto pelo Podemos na última eleição e articulou pessoalmente a entrada de Moro na legenda, desde que Moro era ministro de Jair Bolsonaro. Depois da filiação de Moro, a chegada de Deltan Dallagnol, ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato, reforçou a intenção da legenda em surfar no discurso anticorrupção.
Questionado sobre as perdas que teria caso Moro fizesse uma passagem relâmpago pelo Podemos, Dias desconversou: “Eu não quero que ele se preocupe comigo, com ganhos ou perdas”.

Após 22 anos de magistratura, o ex-juiz Sergio Moro, conhecido por conduzir a Lava Jato, firmou aliança com Bolsonaro e assumiu a condução do Ministério da Justiça, em 2019Rafaela Felicciano/Metrópoles

A união dos dois se deu pela forte oposição ao ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT)Igo Estrela/Metrópoles

Presidente Jair Bolsonaro e o então ministro Sergio MoroIgo Estrela/Metrópoles

Outrora aliados, Bolsonaro e Moro trocam críticas públicas frequentementeAndre Borges/Esp. Metrópoles

No fim de agosto de 2019, Bolsonaro ameaçou tirar Maurício Valeixo, chefe da Polícia Federal indicado por Moro, do cargo de direção da corporação Rafaela Felicciano/Metrópoles

“Ele é subordinado a mim, não ao ministro, deixar bem claro isso aí”, afirmou, na época, o presidenteRafaela Felicciano/Metrópoles

Em 24 de abril de 2020, Bolsonaro exonerou Valeixo do comando da PF e Moro foi surpreendido com a decisãoRafaela Felicciano/Metrópoles

Sergio Moro critica o presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma entrevista ao EstadãoHUGO BARRETO/ Metrópoles

Para o senador, Moro não representa um adversário forte por não integrar o cenário político e não possuir o "exército de seguidores" de BolsonaroRafaela Felicciano/Metrópoles

Em novembro, o ex-juiz retorna ao Brasil e se filia ao partido Podemos. Pela sigla, lançou-se pré-candidato à Presidência da RepúblicaRafaela Felicciano/Metrópoles

A relação, antes amigável, torna-se insustentável. Em entrevistas e nas redes sociais, Moro e Bolsonaro protagonizam trocas de farpasRafaela Felicciano/Metrópoles