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De volta ao Buriti, Ibaneis reúne-se com Celina e define prioridades

Governador Ibaneis, investigado em inquérito sobre atos antidemocráticos, volta ao cargo após 65 dias afastado da função por decisão do STF

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Governador Ibaneis Rocha durante posse da d ministra Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Og Fernandes tomam posse no STJ 1
1 de 1 Governador Ibaneis Rocha durante posse da d ministra Maria Thereza de Assis Moura e o ministro Og Fernandes tomam posse no STJ 1 - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), inicia a retomada do seu mandato, nesta quinta-feira (16/3), em reunião com a vice-governadora, Celina Leão, que o substituiu durante os 65 dias nos quais ficou afastado do GDF por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ibaneis vai se encontrar com Celina durante a manhã, para saber, em detalhes, o que foi feito durante sua ausência e definir quais serão as prioridades do Governo do DF daqui adiante.

Enquanto substituía o governador, Celina definiu 23 medidas para organizar a saúde pública, em um projeto que batizou de “choque de gestão”. O pontapé foi dado com a demissão da presidente do polêmico Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (Iges-DF), Mariela Souza.

Uma das primeiras grandes ações de Ibaneis após a retomada do GDF deverá ser a inauguração do Túnel de Taguatinga, rebatizado de Túnel Rei Pelé, agendada para 21 de abril. A obra que custou R$ 275 milhões vai aliviar o trânsito para os motoristas que trafegam em Taguatinga e que vão rumo a Ceilândia.

Após a reunião com a vice-governadora, Ibaneis dará uma entrevista coletiva para a imprensa, às 11h desta quinta-feira. O evento será transmitido ao vivo pela internet.

Lembre o caso

Ibaneis foi afastado do cargo de governador, pelo prazo de 90 dias, por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, medida confirmada posteriormente pelo Plenário da Corte.

O afastamento ocorreu no âmbito das investigações sobre possível omissão ou conivência de autoridades em relação à invasão e depredação do STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto, ocorridas no dia 8 de janeiro.

Manifestantes presos durante invasão e depredação às sedes dos Três Poderes:

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Ibaneis foi alvo de busca e apreensão ordenada pelo STF. Depois, ele entregou espontaneamente os dois celulares e se apresentou, também de forma voluntária, para prestar depoimento à Polícia Federal.

O governador sempre se declarou como defensor da democracia e agiu, no dia 8 de janeiro, de acordo com as informações que lhe foram repassadas pelos subordinados.

Ao justificar o afastamento temporário do governador, Moraes afirmou que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal”.

A defesa de Ibaneis pediu a revogação do afastamento, no dia 9 de fevereiro, após Moraes liberar da prisão o ex-comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, também investigado. Segundo os advogados de Ibaneis, o governador “atuou concretamente, antes do dia dos fatos, para desmobilizar os acampamentos que se encontravam na frente dos quartéis”.

Sessenta e um dias após o afastamento, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou a favor da revogação do afastamento de Ibaneis. Para a PGR, os elementos reunidos até aquele momento, no âmbito da apuração, não permitiam concluir que o retorno de Ibaneis ao cargo de governador impedia o curso da coleta de provas.

Após decisão de Moraes, Ibaneis diz que seguirá firme para “confirmar inocência junto ao STF”

Em decisão assinada na quarta-feira (15/3), Moraes afirmou que “não estão mais presentes os requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de Processo Penal para a concessão de medidas cautelares”.

“Diante do exposto, revogo a medida cautelar imposta a Ibaneis Rocha Barros Júnior, determinando seu retorno imediato ao exercício integral das funções do cargo de governador do DF”, escreveu o ministro do STF.

Moraes afirmou que os relatórios de análise da Polícia Judiciária “não trazem indícios de que [Ibaneis] estaria buscando obstaculizar ou prejudicar os trabalhos investigativos, ou mesmo destruindo evidências, fato também ressaltado pela defesa e pela Procuradoria-Geral da República”.

 

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