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Cantor causa revolta com música sobre “pegar o pau e bater em mulher”

O vocalista do Camisa de Vênus, Marcelo Nova, foi bastante criticado nas redes sociais após uma apresentação em Ilhabela, São Paulo

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O vocalista do Camisa de Vênus, Marcelo Nova posa de óculos escuros e chapéu - Metrópoles
1 de 1 O vocalista do Camisa de Vênus, Marcelo Nova posa de óculos escuros e chapéu - Metrópoles - Foto: Instagram/Reprodução

Uma apresentação do grupo Camisa de Vênus em Ilhabela, São Paulo, está gerando uma comoção nas redes sociais por conta do trecho da música Silvia, que afirma “todo homem que sabe o que quer, pega o pau pra bater na mulher”.

Nas imagens, o vocalista Marcelo Nova aparece cantando a canção e o público repete o refrão. Em outro momento, o artista aparece falando diretamente com o espectadores e pedindo que eles façam coro:

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“Na hora do refrão, ‘todo homem que sabe o que quer, pega o pau pra bater na mulher’, só as meninas, por gentileza. Primeiro, porque elas têm bom-humor e, segundo, porque elas sabem que é só uma brincadeira”, afirmou ele.

E completou: “[Vão dizer] ai, é machismo, é homofobia, é nazista, fascista, comunista, negacionista, dentista, ciclista. É só uma brincadeira, p*rra”, disparou ele.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, fez uma publicação no Twitter repudiando o comportamento do cantor: “Meu total repúdio ao vocalista da banda Camisa de Vênus, que ontem, em Ilhabela, praticou apologia à violência contra mulheres. Não se brinca com um assunto tão sério. Vocês viram?”.

Os internautas reagiram: “Nos anos 80 esses caras faziam músicas misóginas e todo mundo cantava… Ô Silvia, Bete morreu, eu não matei Joana Dar’c… O mundo mudou e eles não sacaram… Estacionaram no tempo errado”, analisou uma. “Isso não é e nunca foi uma brincadeira”, afirmou outra. “De brincadeira em brincadeira é que o Brasil se tornou o 5º no ranking de violência contra nós, mulheres“, declarou uma terceira.

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Em entrevista ao portal G1, Marcelo Nova disse estar “surpreso” com a repercussão: “Silvia é uma canção que o Camisa de Vênus toca e eu canto há 37 anos. Não é uma canção que eu fiz semana passada. 37 anos. É uma canção que é um dos maiores hits da nossa história, da história da banda. Música que é pedida toda a plateia em todos show que nós fazemos”, comentou ele.

O cachê da banda seria bancado pela Prefeitura de Ilhabela, que afirmou não compactuar com nenhum tipo de violência e que o pagamento com o cachê da banda foi suspenso. Para receber, a banda terá que se retratar.

Aumento das denúncias on-line

No Distrito Federal, o número de registros de ocorrências da Lei Maria da Penha on-line aumentaram 34% em um ano. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), as notificações de violência doméstica e familiar aumentaram em 465 ocorrências nos seis primeiros meses de 2022 para 622 de janeiro a junho deste ano.

Também houve um aumento nos pedidos de medidas protetivas on-line. De janeiro a junho deste ano, foram 518 solicitações, um acréscimo de 49% em relação ao mesmo período do ano passado — quando foram 348.

De acordo com a pasta, registro virtual dá mais celeridade ao envio e análise do requerimento pelo Poder Judiciário, que, segundo a PCDF, têm um tempo médio de 4h35.

Em 2021, foram instaurados 1.229 inquéritos policiais com fundamento nas ocorrências relacionadas à Lei Maria da Penha, sem flagrante, registradas pelo site da Delegacia Eletrônica, sendo atendidas 1.344 vítimas. Em 2022, 1.126 inquéritos policiais foram instaurados, alcançando 1.265 mulheres vítimas de violência doméstica. Em 2023, no período de janeiro a maio, foram 508 inquéritos, com 582 vítimas atendidas.

Como funciona

A ferramenta Maria da Penha On-line é usada para registro de ocorrências que se enquadrem na Lei Maria da Penha, como violência física, violência psicológica, violência sexual, violência patrimonial e violência moral. Após o cadastro do fato, ele é recepcionado – com alerta sonoro e visual – pela Delegacia Eletrônica. Em seguida, um policial especializado faz um contato telefônico com a vítima.

Depois, é formalizada a oitiva, instruído o requerimento de medidas protetivas e preenchido o questionário de avaliação de risco.

Também é verificada a necessidade de acompanhamento da vítima para atendimento médico e realização de exame de corpo de delito, retirada de pertences e até encaminhamento à Casa Abrigo. Além disso, é feita a pesquisa de antecedentes criminais e identificação civil dos envolvidos.

A ocorrência registrada, após a homologação, é encaminhada para o e-mail fornecido pelo comunicante.

Para realizar a denúncia on-line, basta acessar a delegacia virtual da Polícia Civil por meio deste link. e acessar o Maria da Penha on-line. Após ler as instruções, basta clicar em registrar ocorrência e seguir os passos indicados.

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