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Além da tequila: é possível, sim, degustar bons vinhos no México

Em meio a uma viagem pela Cidade do México, Puebla e Oaxaca, tenho aproveitado para degustar a gastronomia local

atualizado

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Na última lista divulgada sobre os 50 melhores restaurantes da América Latina, 10 são mexicanos, e aqui estou eu entre a Cidade do México, Puebla e Oaxaca conferindo a gastronomia, vinhos, chocolates, tequilas e mescal, entre outras coisas mais. Uma das experiências mais marcantes em solo mexicano é participar do desfile do Dia dos Mortos.

Foto: Arquivo pessoal

O início do cultivo de uvas viniferas na América se deu com os colonizadores espanhóis, uma vez que a distância e o tempo de navegação impunham um limite para o transporte da bebida já elaborada, que era necessária tanto como alimento, como para fins medicinais e ainda para as práticas religiosas.

Isso levou a corte a promover a plantação de videiras no México, com início no atual estado de Puebla, e a multar quem não o fizesse. Neste esforço, em 1519, a Espanha decretou que todos os navios que partissem em direção ao Novo Mundo deveriam transportar mudas de videiras.

Hernan Cortez, que era governador do México, ordenou que quem tivesse cem índios como escravos deveria plantar mil pés de uva.

Assim como ocorreu no Brasil, a produção de vinho incomodou os vinicultores da Espanha, tanto que, em 1595, o rei Felipe II proibiu a plantação de vinhas nas Índias Ocidentais (América), mas deixou uma brecha na lei, o castigo era um imposto de 10%. Ficou mais barato pagar que importar.

É no México que fica a vinícola mais antiga das Américas ainda em atividade, a Casa Madero, que data de 1597 e hoje mescla experiência com inovação produzindo excelentes vinhos.

De acordo com o Guia Catadores del Vino Mexicano, de 2019, de Rodolfo Gerschman, hoje existem cerca de 150 vinícolas grandes e pequenas, distribuídas por 12 estados do México, que produzem anualmente cerca de 21 milhões de litros de vinho.

O consumo da bebida no país ainda é baixo, cerca de apenas 1 litro anual per capita, metade do brasileiro, mas vem tendo um incremento expressivo, de cerca de 10 a 12% ao ano.

Em um esforço de reportagem (o que eu não faço pelos meus leitores), venho tomando vinho em todas as refeições, com drinques locais nos intervalos.

Tenho observado no estilo dos vinhos mexicanos uma forte influência francesa, superior à da Espanha, que me parecia ser a mais óbvia. Também me surpreendi com a variedade de uvas italianas aqui cultivadas, como a Sangiovese e a Nebbiolo.

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Na próxima coluna iremos “hablar” de pulque, mescal e tequila, bebidas tipicamente mexicanas elaboradas a partir de diversos tipos de cactos.

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