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O bem-estar sexual vai muito além de uma boa transa semanal. Entenda

Óleo de coco pra a região íntima, pompoarismo e estudo sobre o próprio corpo estão entre as principais dicas para melhorar a saúde sexual

atualizado

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Foto: B2M Productions/Getty Images
Casal fazendo sexo
1 de 1 Casal fazendo sexo - Foto: Foto: B2M Productions/Getty Images

O prazer está intimamente ligado ao bem-estar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define sexualidade como “um aspecto central do ser humano ao longo da vida incluindo sexo, identidades de género e papéis, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução”. Além disso, o órgão também define a saúde sexual como “um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social relacionado com a sexualidade.

De acordo com a ginecologista e sexóloga brasiliense Luciane Andrade, esta visão de saúde sexual valoriza a expressão da sexualidade como um elemento central do bem-estar e qualidade de vida que todos têm o direito de perseguir. “Ainda temos muito o que aprender e descobrir sobre o sexo e seus benefícios. Mas é certo que ele é um dos melhores meios para manter a saúde física e mental”, afirma.

“Existem vários estudos sobre os aspectos da sexualidade e saúde sexual e a sua relação com a saúde em geral, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas. Todos são unânimes ao indicar que as pessoas que manifestam maior satisfação com a sua vida sexual, habitualmente apresentam melhores níveis de saúde física e mental”, comenta.

Contudo, não se trata apenas de transar. O bem-estar sexual vai muito além do momento de tesão. “É preciso se cuidar diariamente, desde a parte de fora da região íntima até o autoconhecimento. Esses detalhes fazem toda a diferença na hora de realmente ter o ato sexual com um parceiro”, frisa a expert.

Felizmente, esse é um pensamento crescente entre homens e mulheres. De acordo com o instituto Allied Market Research, o mercado global de sexual-wellness tem previsão de faturamento de 108 bilhões de dólares em 2021. Dispositivos interativos com foco em design e experiência, plataformas de educação, aplicativos para autoconhecimento e ganho de confiança sexual, wearables para monitoramento da saúde íntima e novas formulações cosméticas são apenas algumas das inovações do ecossistema das Sextechs, startups voltadas para a criação de marcas e soluções para o bem estar da sexualidade.

Enquanto o futuro não chega, Luciane afirma que há alguns hábitos já comprovados cientificamente que melhoram o bem-estar sexual. Confira alguns deles:

Óleo de coco na região íntima

Parece “recomendação de vó”, mas de acordo com a especialista, o óleo de coco faz bem para a vulva. O produtinho natural já é aclamado quando o assunto é beleza ou culinária, além disso ele é um ótimo aliado da saúde e higiene das mulheres. Famosas como Angelina Jolie, Yasmin Brunet e a ex-BBB Hana Khalil já comentaram sobre o uso do produto nas redes sociais.

A profissional explica que, entre as vantagens de aplicá-lo nessa área, estão a hidratação, lubrificação e alívio de desconfortos após a depilação. Além disso, o óleo de coco ajuda a prevenir a candidíase (infecção que provoca coceiras, inflamação e secreção) e outros fungos e bactérias nocivos.

“O óleo de coco também tem ação antioxidante e mantém o pH da vagina equilibrado, o que também é essencial para evitar infecções”, complementa.

A dica é comprar o óleo de coco 100% natural extravirgem, que é fresco e puro, e mantê-lo numa temperatura ambiente (por volta de 25º). Pode ser usado, ainda, como lubrificante e massagens eróticas. É preciso apenas tomar cuidado com o preservativo. “Alguns estudos têm observado que o óleo de coco pode provocar microporosidades nas camisinhas produzidas com esse material, aumentando o risco de rompimento. A alternativa segura é a de usar preservativos de poliuretano, normalmente vendidos como preservativos antialérgicos sem látex”, ressalta.

Pompoarismo

“Parece um assunto muito batido, mas a grande maioria das mulheres ainda não aderiram”, comenta Andrade. Ela afirma que os benefícios são visíveis em pouco tempo de prática, tanto na saúde, quanto no sexo. “É palpável até… Eu recomendo a todos que façam”.

O exercício é uma ginástica íntima e consiste na contração dos músculos vaginais que ficam no interior da vagina. Diferente da musculatura dos braços e das pernas, que são estimuladas desde a infância, a musculatura do assoalho pélvico é pouco utilizada.

Os benefícios da prática são: alívio das cólicas menstruais, regulação do ciclo e o fluxo menstrual, prevenção de infecções na vagina, além de evitar e tratar a incontinência urinária, diminuir os sintomas da menopausa, ajudar na preparação para o parto e na recuperação pós-parto e evitar a flacidez vaginal. Além disso, a prática estimula o autoconhecimento e controle do corpo, podendo até prolongar o prazer na hora do sexo.

No ato, proporciona o aumento da libido, melhora o desempenho sexual, diminui a dor no momento da penetração, facilita a possibilidade de orgasmos múltiplos para a mulher e retarda a ejaculação do parceiro por meio dos movimentos feitos. “É só coisa boa! Toda mulher deveria fazer diariamente”, afirma a ginecologista e sexóloga.

Estudo e autoconhecimento

Se masturbar é um ato revolucionário. Contudo, nem só de masturbação vive o autoconhecimento. “Homens e mulheres devem estudar e se conhecer melhor, seja pelo toque ou pela leitura, por exemplo. Muitas pessoas não sabem o que dá prazer nelas pelo simples fato de não entenderem como funcionam seus pontos erógenos no corpo”, explica a expert.

Ela indica que as redes sociais são uma ótima fonte de conhecimento para quem não tem tanta paciência de procurar textos científicos. “Tem vários sexólogos bons que produzem um conteúdo extraordinário para o Instagram, Facebook e até para o TikTok. Basta procurar algum que você se identifique com a linguagem e acompanhar as postagens”.

Dentre os que ela mais gosta estão a médica e ex-sister do BBB 20 Marcela McGowan, o perfil Desfrute-se, o Clitorinea e o sexólogo Mahmoud Baydoun.

 

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