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Empresária de São Luís cria camisetas debochando da “praia dos ricos”

“Ainda estou programando outras estampas e já tenho dezenas de encomendas”, disse ela

atualizado

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1 de 1 camisetas - Foto: reprodução

Suellem Lima viu na confusão entre moradores da península da Ponta d’Areia, em São Luís, no Maranhão, uma forma para ganhar dinheiro e ainda debochar da situação. A empresária criou camisetas com frases ditas tanto por quem é a favor da segregação da praia quanto por quem é contra.

“Uma camisa tem escrito ‘Posto A: pagode, mocotó, feijoada, sarrabulho, farofa, e uma magnífica combinação perfeita para sua estadia nessas areias’. A outra está escrito: ‘Penínsule-se: nossos garços são orientados a atender ou não o cliente, visto que o mesmo se encaixe em nossos padrões sociais’. Ainda estou programando outras estampas e já tenho dezenas de encomendas”, disse Suellen à coluna.

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Ela não mora na península e é contra a segregação da praia. “Isso é uma palhaçada. Todos temos direitos de ir e vir. A classe média baixa não tem direito de ir a um restaurante bom? Por que? Aqui em São Luís, as pessoas acham que valem o que tem”, reclamou. Cada peça custa R$ 69,99 e pode ser comprada pelo Instagram da loja: @dresschique.

Entenda o caso

Flávio Dionísio, proprietário do Bangallô Espettaria, na península da Ponta d’Areia, em São Luís, no Maranhão, causou revolta na população ao dizer em um grupo de WhatsApp que estava indignado pois havia percebido uma demanda de pessoas nada aceitáveis para os padrões sociais do estabelecimento frequentando o local. Ele ainda ressaltou que os garçons são orientados a não atender clientes que não se encaixam nos “padrões sociais”.

Alguns habitantes da península se reuniram e criaram outro grupo, esse para encontrar formas de isolar o local de pessoas menos favorecidas financeiramente. Entre as ideias estão: a criação de um Passaporte Península e a entrada no local mediante a apresentação desse documento; isenção de visto para moradores de condomínios mais abonados da região e um visto simplificado para residentes de condomínios um pouco mais baratos e para pessoas de outros bairros – a ideia seria só dar o passaporte para quem passasse por uma entrevista com os moradores.

Reportagem de Monique Arruda

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