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Piolhos de pombo infestam hospital e ameaçam saúde de pacientes

Sala de esterilização dos materiais cirúrgicos do HRT foi contaminada pelos ácaros e também por fezes das aves abrigadas no local

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
HRT
1 de 1 HRT - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Depois de disparar alerta sobre o risco de o teto desabar e por goteiras no centro cirúrgico, outro problema tem preocupado o dia a dia de servidores e de pacientes do Hospital Regional de Taguatinga (HRT): o local está infestado de piolho de pombos. Funcionários que trabalham na casa de saúde denunciam que, devido à presença crescente das aves na fachada da unidade, os ácaros passaram a entrar na estrutura do prédio e a se espalhar internamente.

Segundo relatos à reportagem, a praga atingiu a sala de processamento de material estéril das unidades de terapia intensivas (UTIs), local onde são manuseados todos os equipamentos, passando pela pediátrica, pela neonatal e até por a de adultos.

O problema surgiu por causa de uma abertura entre as janelas da área que separa a sala do lugar onde os animais se abrigam. De acordo com a denúncia, com as chuvas, a água contaminada pelas fezes dos pombos e piolhos acaba acumulando no teto e entrando no hospital por meio de goteiras.

Conhecida popularmente como “rato de asas”, a ave pode ajudar a transmitir inúmeras doenças ao homem, como a histoplasmose, criptococose, toxoplasmose, ornitose e salmonelose (veja abaixo). Já os piolhos que se abrigam nas penas dos animais causam dermatites e coceiras.

Funcionários relataram que a empresa responsável pela limpeza e manutenção do local não oferece serviço de dedetização e que, além disso, não teria como acessar o abrigo dos pombos para realizar a limpeza. A solução apontada seria o fechamento da fenda aberta entre a área onde ficam os pacientes e a região contaminada. Contudo, não houve manifestação por parte da direção da unidade para sanar o problema.

Procurada, a Secretaria de Saúde informou, por nota à coluna, que “a unidade possui contrato de manutenção vigente e que prevê a dedetização”. Segundo o texto, “o serviço é realizado periodicamente, bem como a limpeza e a higienização de todos os setores”.

“Sobre a existência de pombos, a diretoria administrativa da Região de Saúde Sudoeste acionou a Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) para inspecionar a área externa”. Conforme explicou a pasta ao Metrópoles, o órgão é responsável por desenvolver ações de controle da população dessas aves no DF.

Veja doenças transmitidas por pombos:

  • Salmonelose: é a mais frequente, contraída pela ingestão de alimentos contaminados, mas a transmissão da Salmonella também pode ocorrer por meio das fezes de pombos, quando secam e viram poeira. Entre os sintomas estão náuseas e vômitos por mais de 24 horas, diarreia, febre e dor de barriga.
  • Encefalite: a doença pode atacar o sistema nervoso e causar diferentes sintomas, incluindo perda de consciência e convulsões. Esse tipo de vírus é transmitido por mosquitos que picam pombos e atacam humanos em seguida.
  • Criptococose: a doença é causada por um fungo que vive e se desenvolve nas fezes da ave. Quando ele é inalado, há comprometimento inicial do pulmão e, à medida que o fungo se desenvolve, consegue se espalhar para outros locais do corpo, por meio da corrente sanguínea, podendo atingir o sistema nervoso e resultar em meningite. O fungo geralmente ataca organismos com baixa imunidade.
  • Ornitose: doença infecciosa causada por bactéria, responsável por sintomas como febre, arrepios, cefaleia, cansaço e perda de apetite. Há também acessos de tosse.
  • Toxoplasmose: a infeção causada por toxoplasmose pode resultar em síndrome gripal ligeira durante semanas ou meses, com sintomas como dor muscular e sensibilidade nos gânglios linfáticos. No caso de doentes grávidas, há risco de aborto espontâneo. A fase aguda da infecção tem cura, mas o parasita persiste por toda a vida da pessoa e pode se manifestar ou não em outros momentos, com diferentes tipos de sintomas.

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