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Maria Eduarda de Carvalho revela abuso sexual sofrido aos 12 anos

Atriz criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que disse ter “pintado um clima” com crianças venezuelanas

atualizado

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Globo/Paulo Belote
Maria Eduarda de Carvalho na novela Cara e Coragem
1 de 1 Maria Eduarda de Carvalho na novela Cara e Coragem - Foto: Globo/Paulo Belote

Maria Eduarda de Carvalho, atualmente na novela Cara e Coragem, revelou ter sofrido abuso sexual quando tinha apenas 12 anos. Em sua rede social, a atriz compartilhou um relato chocante e criticou a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, de que “pintou um clima” com crianças venezuelanas.

A artista publicou um vídeo no Instagram em que mostra uma imagem dela com 12 anos e relembra o episódio traumático de abuso praticado por um homem próximo da família e com livre acesso à sua casa.

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“Essa aqui sou eu quando tinha 12 anos. Eu tinha 12 anos e ele bem mais de 40. Era um homem de família, com um filhinho de 4 anos, namorada, tinha fé em Cristo, mas duvido que Jesus abençoasse a forma como ele olhava pra mim. Frequentava a minha casa livremente”, falou.

“Um dia, ele me surpreendeu sozinha na sala e enfiou a língua dentro do meu ouvido e chupou a minha orelha. Eu, completamente atordoada, não consegui oferecer resistência. Me senti suja. Parecia que eu tinha sido carimbada com um selo de impureza e já não podia mais fazer parte do grupinho de meninas da minha idade”, prosseguiu.

“Mal sabia eu que o pior ainda estava por vir. Uma noite, numa festa na minha casa, eu já dormia porque era tarde, e acordei com ele apalpando os meus seios. Seios de uma menina de 12 anos. Quando eu entendi o que estava acontecendo, eu me virei de bruços para interromper aquele toque, e ele subiu em cima de mim, e incompreensivelmente excitado, começou a esfregar o corpo dele contra o meu com força. Aí eu gritei. Aí eu berrei pela minha mãe, que veio ao meu socorro”.

Maria Eduarda concluiu o vídeo criticando Bolsonaro: “Essa história me assombrou como um fantasma durante muitos anos na minha vida. E eu nunca imaginei que um dia fosse sentir necessidade de contá-la publicamente, mas a verdade é que as marcas que eu carrego comigo até hoje seriam infinitamente maiores se eu não tivesse podido contar com o socorro da minha mãe”.

“Milhares de meninas não podem e estão neste momento inteiramente reféns de homens como o presidente da República, Jair Bolsonaro, que acredita que pode ter ‘pintado um clima’. Não pintou um clima. Pintou um crime. Pelos nossos corpos, pelos corpos das nossas filhas, não dá para relativizar”, finalizou.

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