metropoles.com

Yanomamis: 50 crianças estão internadas em hospital de Boa Vista (RR)

Quatro crianças yanomamis estão na UTI. Ministra dos Povos Indígenas visitou a região nesta segunda e disse que a situação é de destruição

atualizado

Compartilhar notícia

Condisi-YY/Divulgação
Crianças yanomami desnutridas aparecem sentadas em chão de terra batida em reserva indígena - Metrópoles
1 de 1 Crianças yanomami desnutridas aparecem sentadas em chão de terra batida em reserva indígena - Metrópoles - Foto: Condisi-YY/Divulgação

Está em 50 o número de crianças Yanomamis internadas no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), em Boa Vista, capital de Roraima, nesta segunda-feira (6/2). Quatro delas estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os dados foram divulgadas pela força-tarefa formada pelo Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Saúde, Funai e entidades indígenas que prestam apoio à região.

O número, segundo a pasta da Saúde, representa um terço das internações no único hospital infantil do município. Nesse domingo (5/2), uma criança Yanomami de 1 ano e 5 meses morreu em decorrência da desnutrição.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara visitou a região da Terrra Indígena Yanomami de Roraima nesta segunda. A chefe da pasta afirmou que a situação encontrada é de destruição.

“O território está todo tomado por garimpeiros, por destruição, por contaminação na água. Os Yanomamis não têm água limpa para beber. Não têm condições sanitárias para viver. Há locais em que não se consegue discernir o que é comunidade e o que é garimpo”, avaliou.

A força-tarefa também observou que, após o governo restringir o espaço aéreo, os garimpeiros passaram a dificultar a entrega de alimentos à população indígena.

“Por conta dessa pressão que estão sentido, de não conseguirem mais levar insumos, eles estão buscando alimentos que nós estamos enviando para os indígenas. Buscando de várias formas, até mesmo por meio da violência”, alertou Lucia Alberta, diretora de promoção de desenvolvimento sustentável da Funai.

Entre as medidas emergenciais, o governo busca acelerar a instalação de um hospital de campanha na área de Surucucu. Com isso, o fluxo de pacientes transferidos para Boa Vista deve diminuir.

Equipes da Força Nacional do SUS também vão começar a atuar no atendimento aos indígenas nesta terça-feira (7/2).

Compartilhar notícia