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Vídeo: com blecaute, Amapá tem fome, sede e risco maior de Covid-19 

Há quatro dias sem luz, 13 cidades enfrentam colapso no abastecimento. Energia pode demorar até 15 dias para ser religada em algumas regiões

atualizado

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GABRIEL PENHA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vista do apagão que assola há mais de 48h em Macapá e também em 13 dos 16 municípios do estado do Amapá, na noite desta quinta-feira (5). Por conta do desabastecimento de energia, o prefeito de Macapá, Clécio Luís, decretou no final da tarde estado de calamidade pública na capital por 30 dias. O apagão foi resultado de um incêndio em uma subestação de energia na capital na noite de terça-feira (3).
1 de 1 Vista do apagão que assola há mais de 48h em Macapá e também em 13 dos 16 municípios do estado do Amapá, na noite desta quinta-feira (5). Por conta do desabastecimento de energia, o prefeito de Macapá, Clécio Luís, decretou no final da tarde estado de calamidade pública na capital por 30 dias. O apagão foi resultado de um incêndio em uma subestação de energia na capital na noite de terça-feira (3). - Foto: GABRIEL PENHA/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Tragédia. A palavra resume como os mais de 760 mil habitantes de Macapá, capital do Amapá, e da região metropolitana têm vivido nos últimos quatro dias. Um apagão energético conciliado com fortes chuvas abalou a cidade. A luz pode demorar até 15 dias para ser restabelecida em algumas regiões.

Fome, sede, desabastecimento, desespero e incertezas marcam a vida de quem espera a água baixar e a energia voltar para saber a real dimensão dos estragos e como os problemas serão resolvidos. A capital e outras 12 cidades estão sem luz.

Vídeos cedidos ao Metrópoles mostram falta água potável, comida e até combustível na cidade. O refúgio foi o Aeroporto Internacional de Macapá Alberto Alcolumbre, um dos únicos pontos da cidade em que a luz ainda chega.

Bombas de postos de gasolina estão paralisadas, não há onde tomar banho, restaurantes estão desabastecidos e famílias inteiras se encontram na rua há quatro dias. O calor — a previsão do tempo indica que a cidade pode marcar 34°C nesta sexta-feira (6/11) — é um agravante dos problemas.

O estado está sendo abastecido apenas pela energia gerada por uma hidrelétrica local, que gera o equivalente a cerca de 10% do consumo da área afetada.

Colapso

Com o apagão, supermercados perderam carnes e outros alimentos que necessitam de refrigeração. Caixas eletrônicos estão deligados. No aeroporto, local onde geradores fazem o abastecimento, os equipamentos estão sem cédulas.

No comercio, o estoque de água mineral acabou. Nesta quinta-feira (5/11), só havia água com gás para vender. Postos de gasolina suspenderam as atividades.

O apagão foi resultado de um incêndio em uma subestação de energia na capital na noite de terça-feira (3/11). O gabinete de crise formado pelos governos municipal, estadual e federal estudam planos de recuperação do serviço.

Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o incêndio provocou um desligamento automático das linhas de transmissão no trecho Laranjal/Macapá, assim como das usinas hidrelétricas Coaracy Nunes e Ferreira Gomes.

A situação causou uma interrupção de 250 MW de carga, afetando o fornecimento de 13 dos 16 municípios. A situação não afeta apenas os municípios de Oiapoque, Laranjal do Jari e Vitória do Jari.

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A crise é tamanha que degringolou serviços públicos, transmissão de rádios — principal meio de comunicação na região—, e serviços básicos, como internet.

Novo Coronavírus

Uma das preocupações é o aumento da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, diante da aglomeração de pessoas em busca de eletricidade. O principal ponto da cidade é o aeroporto, onde centenas de pessoas se aglomeraram.

A situação é caótica de tal forma que o comércio não tem mais geradores de eletricidade para vender. Mesmo com a disponibilidade, Macapá e outras cidades não têm Diesel para alimentar o funcionamento do equipamentos.

O cenário assustador pode elevar os números de Covid-19. O estado já acumula 52 mil casos confirmados e mais de 700 mortes provocadas pela doença.

Nas cidades afetadas pelo apagão, as pessoas estão “acampadas” na beira de rios pra tomar banho e se refrescar. Após horas de colapso, o maior desespero é pela compra de gelo para conservar alimentos em casa.

“Esses são no aeroporto, único lugar público com energia. As pessoas vão pra lá recarregar celular e se refrescar no ar condicionado porque as temperaturas aqui são altíssimas”, conta uma visitante de Brasília.

Versão oficial

As causas do incêndio estão sendo investigadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e pelo ONS. O Ministério de Minas e Energia estima que a retomada completa do fornecimento de energia elétrica no Amapá deve demorar ao menos 15 dias.

O prefeito de Macapá Clécio Luís (sem partido) decretou estado de calamidade pública na capital por 30 dias. Ao todo, mais de 80% do estado está sem eletricidade.

O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), afirmou no Twitter que todas as medidas estão sendo tomadas. “[Estamos] Trabalhando no gabinete de crise para resolver, o quanto antes, o grave problema da falta de energia em grande parte do nosso estado. Essa é a nossa cobrança e o objetivo de todos”, escreveu.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) afirmou nesta sexta-feira (6/11) que pedirá na Justiça Federal do Amapá o fornecimento de carros pipa e cestas básicas. A ação popular cobrará ajuda dos governos federal, estadual e municipais.

Além disso, o parlamentar quer que a Polícia Federal investigue as responsabilidades do incêndio que causou o apagão. “Apurada a responsabilidade que os condenados sejam condenados a ressarcir os cidadãos amapaenses”, frisou.

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