Triplex atribuído a Lula no Guarujá será sorteado na internet em 2022
O imóvel será sorteado por meio de uma plataforma on-line. Para participar, os interessados devem pagar R$ 19,99
atualizado

O apartamento triplex do Guarujá (SP), que teve a propriedade atribuída pelo ex-juiz Sergio Moro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), será sorteado na internet. Em 30 março de 2022, o empresário brasiliense Fernando Gontijo, que arrematou o imóvel em um leilão, vai realizar a ação por meio da plataforma Pancadão.
Para participar, os interessados em adquirir o imóvel devem pagar a assinatura da plataforma, que custa R$ 19,99. O ganhador que faturar o apartamento vai virar dono do imóvel sem desembolsar um centavo a mais além desse preço. “Eu arrematei o imóvel porque, sendo o triplex mais famoso do Brasil, considero um investimento excelente”, disse o empresário, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.
“Eu sou um homem de negócios. Com o sorteio na internet, qualquer brasileiro pode acabar como dono do triplex, o que é, de certa forma, o melhor desfecho que esse imóvel poderia ter, já que ele tem um valor ligado ao desejo, à história recente do nosso país”, finalizou.

Daniel Ferreira/Metrópoles

Em relação ao triplex, Lula foi condenado pelo então juiz Sergio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, a 9 anos e 6 meses de prisão, no âmbito da Lava Jato Rafaela Felicciano/Metrópoles

Lula foi considerado culpado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em julho de 2017. Em 2ª instância, o TRF-4 estipulou pena de 8 anos e 10 meses de reclusão Reprodução

Segundo as acusações, Lula ocultou a propriedade, no litoral paulista, que teria sido recebida como propina da empreiteira OAS, em troca de favores na Petrobras

O triplex do Guarujá tem 297 metros quadrados, quatro quartos (sendo duas suítes), piscina, churrasqueira e até elevador Reprodução

Lula ficou preso pelo período de 580 dias por essa condenação. Foi a primeira vez na história que um ocupante da Presidência foi condenado por um crime comum no Brasil

O Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e a Frente Povo Sem Medo ocuparam em abril de 2018 o triplex. Depois de três horas, o grupo deixou pacificamente o prédio Reprodução/redes sociais

Em 2018, o imóvel foi leiloado e comprado pelo empresário brasiliense Fernando Costa Gontijo. Ele ofereceu o único lance, de R$ 2,2 milhões (valor mínimo)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Ricardo Stuckert/Reprodução/Instagram

O ex-presidente foi solto em novembro de 2019, depois de o STF proibir a prisão imediatamente após condenação em segunda instância Reprodução

No início de 2021, o então ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, decidiu anular todos os processos envolvendo Lula, no âmbito da força-tarefa em Curitiba Reprodução/STF

Supremo Tribunal Federal Vinícius Santa Rosa/Metrópoles

O STF entendeu que os processos contra Lula deveriam ser enviados e analisados pela Justiça Federal de Brasília Daniel Ferreira/Metrópoles

Ministério Público Federal (MPF) Reprodução
Relembre o caso
A propriedade foi atribuída ao ex-presidente durante a Operação Lava Jato. O triplex foi o centro da acusação que levou à condenação e à prisão do petista por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Após ficar 580 dias preso em Curitiba, Lula foi solto em novembro de 2019 depois de interpretação do STF (Supremo Tribunal Federal) que proibiu a prisão imediatamente após condenação em 2ª Instância. Condenado no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) a 8 anos e 10 meses de prisão, Lula ainda tinha recursos pendentes.
Em junho deste ano, o plenário do Supremo validou decisão da 2ª Turma que declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial no caso do triplex do Guarujá. Com isso, a condenação foi anulada e o processo deveria voltar ao ponto inicial. O MPF (Ministério Público Federal) reconheceu na terça-feira (7/12) a prescrição do caso e pediu o arquivamento do processo.