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SP: Alckmin roda o estado em busca de apoio de prefeitos para 2022

Ex-governador é disputado por dois partidos e deve deixar o PSDB por se dizer “traído” por João Doria

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Ex-governador Geraldo Alckmin prepara saída do PSDB
1 de 1 Ex-governador Geraldo Alckmin prepara saída do PSDB - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) tem visitado gabinetes de prefeitos em busca de apoio para se candidatar ao Palácio dos Bandeirantes nas eleições de 2022. Na semana passada, o tucano esteve com o prefeito de Ribeirão Pires, Clovis Volpi (PL), em um café na capital paulista

A romaria às cidades paulistas se intensificou há cerca de dois meses e, desde então, Alckmin tem marcado de duas a três reuniões por dia em padarias simples em São Paulo. Ele também viaja a convite de apoiadores do PSDB e aproveita para conversar com quatro ou cinco prefeitos da região que visita.

A estratégia é contornar a dificuldade de ser aproximar dos deputados estaduais que dedicam apoio ao governo de João Doria (PSDB). Nas conversas, o ex-governador diz ter sido traído por  Doria de quem foi padrinho político durante as eleições municipais de 2016, quando ele foi eleito prefeito da capital paulista. Ele também usa a seu favor a rejeição dos empresários do agronegócio do interior paulista diante da continuação da gestão Doria em 2022.

Alckmin está convencido de que não dispõe de espaço político para disputar as próximas eleições pelo PSDB, partido do qual faz parte há mais de 30 anos, e está sendo disputado por ao menos dois partidos.

O presidente do PSD, Gilberto Kassab, colocou a legenda à disposição do ex-governador e espera sua resposta. A mudança de partido, porém, esbarra em alguns quadros aliados de Alckmin que relutam em deixar o PSDB, como o ex-secretário de habitação Silvio Torres, que ainda acredita em uma retomada de poder no ninho tucano.

Há também a opção de Alckmin se mudar para o DEM, sigla que acaba de perder o vice-governador Rodrigo Garcia, favorito de Doria para ser cabeça de chapa pelo PSDB nas eleições de 2022. O DEM, porém, é o partido do presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Milton Leite, aliado político de Doria.

Líderes do PSDB paulista avaliam que uma virtual ida de Alckmin para o PSD seria mal vista pelos eleitores dado os embates protagonizados com Kassab nas eleições municipais em 2008.

Na época, Alckmin chamou Kassab de dissimulado em um debate e disse que sua indicação para ser vice de José Serra (PSDB) nas eleições municipais de 2004 foi um golpe.

A aliança entre PSDB e DEM, por outro lado, é histórica e garantiu a eleição de Mario Covas em 1994 com Alckmin como vice.

 

 

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