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Sob pressão, Anderson Torres depõe na Polícia Federal

Anderson Torres vai depor sobre interferência na Polícia Rodoviária Federal durante segundo turno da eleição presidencial

atualizado

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Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, é convidado a prestar esclarecimentos sobre morte de crianças da etnia Yanomami por ação de garimpeiros na Câmara
1 de 1 Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública, é convidado a prestar esclarecimentos sobre morte de crianças da etnia Yanomami por ação de garimpeiros na Câmara - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, tem depoimento marcado para as 14h30 desta segunda-feira (8/5) na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. A oitiva tem o objetivo de esclarecer a suposta interferência dele na Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o segundo turno das eleições de 2022 para impedir que eleitores de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) votassem.

Torres iria falar a PF no dia 24 de abril. Porém, a defesa dele pediu que a oitiva fosse adiada por causa do estado emocional do ex-ministro. Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aceitou o laudo da Secretaria de Saúde do DF, segundo o qual o ex-ministro teve medicações ajustadas e tem acompanhamento médico frequente. Mas definiu que ele fosse ouvido até esta segunda.

De acordo com a decisão de Moraes, Torres pode ficar em silêncio. Porém, Eumar Roberto Novacki, advogado do ex-secretário de Justiça do DF, afirmou que Torres “vai esclarecer o que for perguntado”.

O ex-ministro chega à oitiva sob pressão. Documentos obtidos pela CNN mostram que ele esteve na Bahia seis dias antes do segundo turno das eleições presidenciais. Ele fez uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para conversar com o superintendente da PF na Bahia, o delegado Leandro Almada.

Torres chegou a Salvador no dia 24 de outubro e conversou com Almada no dia 25. A reunião seria para falar sobre das operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante as eleições.

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Procedimento administrativo e visitas

Além disso, de acordo com a coluna de Paulo Cappelli, do Metrópoles, a cúpula da PF tem como certa a expulsão Torres dos quadros da corporação. O ex-ministro enfrenta um procedimento administrativo e terá o salário suspenso.

“Para piorar a situação do ex-ministro de Bolsonaro, há um entendimento da cúpula da PF de que a expulsão é inevitável. A demissão poderá ocorrer antes mesmo de eventual condenação judicial. Há precedentes similares na Polícia Federal”, diz a coluna.

Nos últimos dias, cinco senadores visitaram Torres: Márcio Bittar, do União Brasil, Eduardo Gomes, Rogério Marinho, Magno Malta e Jorge Seif (os quatro últimos do PL). Flávio Bolsonaro e Marcos do Val tentaram se encontrar com Torres, mas o ministro Alexandre de Moraes não autorizou.

De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, Torres chorou durante a conversa com os senadores. Uma psicóloga da carceragem afirmou que o ex-ministro tem um quadro emocional preocupante.

Entenda

Torres está preso desde 14 de janeiro em função das investigações sobre possíveis omissões de autoridades durante os atos golpistas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro. Ele chefiava a Segurança Pública do DF quando ocorreram as invasões nas sedes do Congresso, STF e Palácio do Planalto.

O ex-ministro cumpre a prisão no 4º Batalhão da Polícia Militar, no Guará (DF), desde que voltou ao Brasil.

Torres viajou aos Estados Unidos antes dos atentados contra o resultado das urnas, o que levantou suspeitas de conivência ou omissão.

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