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Em assembleia, policiais civis rejeitam proposta do GDF

Na sexta-feira (9/9), a categoria fará nova votação

atualizado

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Giovanna Bembom/Metrópoles
policia civil, protesto, cruz, esplanada
1 de 1 policia civil, protesto, cruz, esplanada - Foto: Giovanna Bembom/Metrópoles

Em assembleia na tarde desta terça-feira (6/9), os policiais civis rejeitaram, por unanimidade, a proposta apresentada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) na segunda-feira (5). Reunida em frente ao Ministério do Planejamento, a categoria decidiu manter a mobilização por tempo indeterminado. Depois da votação, os agentes seguiram pela Esplanada e, próximo ao Congresso Nacional, fincaram 1.073 cruzes brancas que, segundo eles, representam as vítimas de mortes violentas (latrocínio e homicídio) durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). Os manifestantes também soltaram fogos de artifício. Na sexta (9), os policiais farão nova assembleia.

Na segunda-feira, o GDF apresentou uma nova proposta aos policiais civis,  que prevê o reajuste salarial da categoria de 32,5% nos próximos cinco anos, divididos da seguinte forma: 7% em outubro de 2017; 7,5% em outubro de 2018; 8,5% em outubro de 2019. Outros 5% seriam concedidos em outubro de 2020 e mais 4,5% em outubro de 2021, chegando, então, a 36%.

Os policiais estão mobilizados desde 4 de julho, quando foi deflagrada a “Operação Legalidade”. Com isso, até o fim de agosto, segundo levantamento feito pelo sindicato da categoria (Sinpol), 50 mil depoimentos que dariam sustentação a pedidos de prisão deixaram de ser colhidos. Isso porque, nas delegacias, os policiais foram instruídos pelo movimento a não fazerem relatórios ou assinarem boletins de ocorrência de outras forças de segurança.

Durante a mobilização, até mesmo cargos de chefia foram entregues. Segundo o Sinpol, mais de 85% dos postos de chefia estão desocupados. Assim, muitas delegacias ficaram sem os responsáveis por determinar os encaminhamentos de investigações.

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Funcionamento limitado
Os delegados da Polícia Civil também se reuniram nesta terça (6) para discutir os rumos do movimento. De acordo com o presidente do sindicato da categoria (Sindepo), Rafael Sampaio, ficou definido que eles vão limitar o horário de funcionamento nas unidades policiais. “Se não há delegados para ficar 24 horas nas delegacias, elas não têm como funcionar 24 horas”, diz Sampaio.

Ele ressalta que a categoria vai lutar pela extinção do Fundo Constitucional do DF. “O GDF vem desviando os recursos do Fundo, por isso ele não tem razão de existir”, acredita o sindicalista. Assim como os agentes, os delegados lutam na Justiça para que o GDF exonere mais de mil servidores que ocupam cargos de chefia na corporação, como forma de fortalecer o movimento dos policiais.

Em função da “Operação Legalidade”, até mesmo os desdobramentos da Operação Hyde, que investiga a Máfia das Próteses no Distrito Federal, estão sendo prejudicados, segundo informações da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco). A principal reivindicação dos policiais civis é a equiparação salarial com a Polícia Federal.

O lado do Buriti
Por meio de nota, a Casa Civil disse “lamentar que a Polícia Civil não tenha aceitado a terceira proposta feita à categoria”. Segundo o GDF, “o governo ofereceu o mesmo percentual de 37% de reajuste pleiteado pela Polícia Federal — que ainda depende de aprovação no Congresso Nacional. A diferença está nos prazos e índices. Nos termos apresentados na segunda-feira (5), a primeira parcela do reajuste, de 7%, seria paga em outubro de 2017, seguindo com um acréscimo de mais 8,5% em outubro de 2018, outros 7,5% em outubro de 2019, em outubro de 2020 mais 5% e ainda 4,5% em outubro de 2021”.

Ainda por meio da nota, o governo “reafirmou que está no limite de suas possibilidades financeiras, orçamentárias e de responsabilidade fiscal”.

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