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GDF quer convencer Polícia Civil de que 33% são, na verdade, 37%

GDF convoca a imprensa para dizer que a proposta de reajuste oferecida aos policiais civis — com 8% em 2018; 7% em 2019; 8% em 2020; e 10%, em 2021 — equivale a 37% porque os percentuais serão aplicados cumulativamente. Mas a categoria deve recusar a oferta na assembleia de quinta (1°/9)

atualizado

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Daniel Ferreira/Metrópoles
policia civil
1 de 1 policia civil - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O Governo do Distrito Federal tenta desarmar uma bomba com data e hora para explodir: às 14h desta quinta-feira (1°/9). Nessa hora, os policiais civis farão uma assembleia para discutir a proposta de reajuste escalonado de 33% apresentada pelo Buriti, nessa quarta (30). Como o sindicato da categoria já anunciou que a oferta deve ser rejeitada, o GDF lançou a contraofensiva. Na mesma noite da apresentação da proposta, o secretário-chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, convocou entrevista coletiva para anunciar a arma palaciana: a matemática. O governo Rollemberg quer provar que 33% é um percentual igual a 37%.

Os servidores da Polícia Civil cobram isonomia salarial em relação à Polícia Federal, que recebeu aumento de 37% da gestão Michel Temer, em três parcelas, entre 2017 e 2019.  O GDF ofereceu 33% nas seguintes condições: 8% em 2018; 7% em 2019; 8% em 2020; e 10%, em 2021. Somados, os percentuais chegam a 33%, mas o secretário explicou que, com os índices que incidem durante os anos, o cálculo correto é 37%.

A conta é difícil de entender, mas não se pode considerar os percentuais brutos porque eles não serão aplicados em cima do salário atual, mas sim em cima das remunerações reajustadas ano a ano. Fica assim: se um policial civil ganha hoje, por exemplo, R$ 7.500. Em 2018, receberá R$ 8.100. Com o segundo reajuste, ganharia R$ 8.667; com o terceiro, R$ 9.360,36 e, em 2021, receberia R$ 10.296,40, o que dá um reajuste total de 37,29% sem contar a inflação do período. Resta saber se a categoria comprará o argumento do Buriti nesta quinta-feira (1°/9).

Rombo
Sérgio Sampaio afirmou que a situação do governo é preocupante e que a proposta foi estudada e feita após diversos estudos e muito esforço. Segundo ele, somente com pessoal, incluindo os gastos do Fundo Constitucional, gasta-se R$ 26,5 bilhões por ano. “A Lei de Responsabilidade Fiscal precisa ser levada a sério. A chefe do Estado acaba de perder o cargo por não respeitá-la”, afirmou ao fazer referência ao impeachment de Dilma Rousseff.

Para ele, é temerário falar em reajuste. “Não estamos inventando uma crise. Vamos ter que contar com a recuperação de mercado, esperar que a economia reaja. Não teríamos como conceder o aumento num espaço de tempo menor. Estamos fazendo isso com imenso esforço. É uma prova de boa vontade e reconhecimento do serviço prestado pela Polícia Civil do DF”, completou Sampaio.

O secretário-chefe da Casa Civil afirmou ainda que existe um rombo enorme nas contas do GDF. “Para fechar este exercício, temos um deficit de R$ 1 bilhão, isso contando com o reajuste de 32 categorias, que começa a ser pago em outubro”, afirmou Sampaio.

O reajuste concedido às 32 categorias deveria ter sido pago em setembro de 2015, mas depois de longas greves, o governo conseguiu negociar o pagamento inicial para outubro de 2016. “Somente com esses aumentos, será uma despesa extra de R$ 1,5 bilhão ao orçamento. No término das quatro parcelas a serem pagas à Polícia Civil, serão mais R$ 545 milhões”, contabilizou o secretário.

“Recuo”
Em nota publicada pelo Sindicato dos Policiais (Sinpol), o presidente da entidade, Rodrigo Franco “Gaúcho” afirmou que a proposta já foi recusada pela entidade na reunião interna. “A falta de avanços deve agravar ainda mais a Operação PCDF Legal e outras ações.” Além disso, ele afirmou que “esses 33% em seis anos quebram a paridade da PCDF com a Polícia Federal, tanto em índices quanto em datas, e estão mais distantes dos anseios dos policiais civis do que as propostas anteriores, que previam um aumento já no segundo semestre de 2017”.

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