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Senador Chico Rodrigues presidirá comissão sobre crise dos Yanomami

Colegiado do Senado para acompanhar crise dos Yanomami foi instalado nesta quarta-feira. Eliziane Gama (PSD-MA) será vice-presidente

atualizado

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Fernando Frazão/Agência Brasil
Jovem yanomami segura bebê no colo - Metrópoles
1 de 1 Jovem yanomami segura bebê no colo - Metrópoles - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Senado Federal instalou, nesta quarta-feira (15/2), a Comissão Temporária Externa para acompanhar a crise humanitária no território indígena dos Yanomamis, em Roraima. O colegiado será presidido pelo senador Chico Rodrigues (PSB-RR) e terá Eliziane Gama (PSD-MA) como vice-presidente.

A criação do grupo foi acordada no início deste mês com o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e aprovada pelo plenário da Casa em 8 de fevereiro. Após a aprovação, o grupo viajou a Roraima ao lado de integrantes do governo federal para acompanhar a retirada de garimpeiros da região.

O colegiado funcionará pelos próximos 120 dias, fiscalizando as ações no local. Além de Chico Rodrigues e Eliziane Gama, o grupo é composto pelos senadores Humberto Costa (PT-SE), Dr. Hiran (PP-RR), que será relator dos trabalhos, e Mecias de Jesus (Republicanos-RR).

A instalação do colegiado foi marcada por divergências. De um lado, senadores da bancada de Roraima defendem a retirada dos garimpeiros com “sensibilidade”. Do outro, parlamentares ligados a gestão de Lula criticam a falta de políticas públicas para a população indígena durante o governo Bolsonaro.

Chico Rodrigues afirmou que, além de acompanhar a situação do povo indígena Yanomami, o grupo irá avaliar a situação dos trabalhadores que atuam na região. De acordo com o senador, “a grande e esmagadora maioria” dos garimpeiros foram levados ao local por grandes empresários.

“Temos de um lado os indígenas Yanomamis que têm as suas áreas. Do outro lado temos mais de 20 mil garimpeiros brasileiros que, tangidos pela necessidade de encontrarem um Eldorado, lá estão, na sua grande e esmagadora maioria, levados por donos de máquinas, grandes empresários que comercializam esse metal precioso no mundo. Não podem ser penalizados”, opinou.

O senador petista Humberto Costa pediu que os demais parlamentares olhem “os dois lados da questão”. “É importante a gente lembrar que isso não aconteceu do nada. Nós tínhamos um governo que em nenhum momento teve o respeito necessário pela população indígena”, afirmou.

Saída de garimpeiros

De acordo com o governo federal, ao menos 20 mil garimpeiros estavam instalados na região até o fim de janeiro. O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem afirmado que pretende retirar todos os trabalhadores que atuam de forma ilegal da região.

Após o bloqueio do tráfego aéreo e fluvial na região, em 30 de janeiro, diversos garimpeiros começaram a fugir do local. Nesse mês, a Força Aérea Brasileira (FAB) reabriu o espaço aéreo para aeronaves privadas nos arredores do território.

Durante a instalação do colegiado, o senador Mecias de Jesus criticou a destruição dos equipamentos de garimpeiros, ordenada pelo governo federal. “Para que queimar o avião? E até canoas, barcos, que os garimpeiros estão descendo. Eles estão sendo afundados, não tem como sair, estão ilhados. […] Queremos que o governo federal tenha sensibilidade”, disse.

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