metropoles.com

Senado vai alterar minirreforma eleitoral, que não deve valer em 2024

Minirreforma eleitoral chega ao Senado Federal com risco de ter tramitação mais lenta que na Câmara. Marcelo Castro será o relator

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
imagem colorida mostra Plenário do Senado Federal (Congresso Nacional) - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida mostra Plenário do Senado Federal (Congresso Nacional) - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Aprovada na Câmara dos Deputados ao longo da última semana, a minirreforma eleitoral — considerada polêmica por entidades e especialistas — chega ao Senado Federal com risco de ter tramitação mais lenta que na Casa Baixa.

A minirreforma foi discutida em um grupo de trabalho na Câmara, que deu origem a dois projetos. O primeiro altera uma série de normas eleitorais, como prestação de contas, cotas para mulheres, candidaturas coletivas, transporte gratuito no dia das eleições e outros pontos. Já o segundo texto altera a Lei da Ficha Limpa (leia mais abaixo).

Apoiada por partidos de diferentes espectros políticos, do PT ao PL, a minirreforma precisa ser aprovada pela Congresso e promulgada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) até dia 6 de outubro para entrar em vigor nas eleições de 2024. Isso porque a legislação exige que mudanças nas regras eleitorais entrem e vigor ao menos um ano antes do primeiro turno.

0

Apesar da pressa da Câmara em aprovar o texto — foram três semanas entre a primeira audiência pública no grupo de trabalho e aprovação em Plenário —, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já avisou: não haverá pressa.

“Nós temos que avaliar se é possível fazer isso em duas semanas ou não. De qualquer forma, nós não podemos produzir uma legislação na pressa e especialmente uma licitação dessa natureza. Mas vamos avaliar”, adiantou Pacheco.

Minirreforma na CCJ

No Senado, a minirreforma precisará passar por análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Segundo Pacheco, os textos serão apensados ao projeto de lei complementar (PLP) 112/21, que cria um novo Código Eleitoral.

A matéria tem relatoria de Marcelo Castro (MDB-PI) e está parada na CCJ desde 2021, quando foi encaminhada ao Senado pela Câmara. O objetivo do texto é consolidar a legislação eleitoral e resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Para o relator Marcelo Castro, as chances da reforma entrar em vigor no ano que vem são baixas. “A minha dúvida é se teremos tempo hábil para aprovar tudo isso até o dia 5 de outubro. Foi aprovado na Câmara. Sendo aprovado no Senado terá que voltar para a Câmara porque é óbvio que o Senado fará algumas modificações”, afirmou o senador.

O deputado Rubens Jr (PT-MA), relator do texto na Câmara, se esquivou sobre o prazo estimado para aprovação da matéria pelos senadores. Segundo ele, ainda não houve contato com Castro após a proposta ser aprovada na última semana.  “Minha responsabilidade era apenas na câmara. Vamos aguardar”, concluiu.

Entre os principais pontos do Código Eleitoral, estão a regulamentação de institutos de pesquisa e do fundo partidário. O texto aprovado pela Câmara prevê que propagandas políticas, transporte aéreo e até compra de bens móveis e imóveis poderão ser custeadas com o valor do fundo — ponto considerado polêmico.

O texto também conta com pontos que já estão no texto da minirreforma, como a alteração na Lei da Ficha Limpa, que altera o prazo de inelegibilidade, que começará a contar a partir da condenação.

0

Apesar dos pontos em comum, há algumas contradições entre as matérias. Enquanto o texto do Código Eleitoral regulamenta as chamadas candidaturas coletivas para os cargos de deputado e vereador. No entanto, durante a votação da minirreforma, o Plenário da Câmara aprovou uma emenda que proíbe as candidaturas coletivas.

Essa e outras questões obrigarão o relator Marcelo Castro a alterar o texto. O senador, no entanto, classificou como positivos os projetos aprovados pela Câmara. Ainda não há previsão de quando o texto será pautado na CCJ. As próximas reuniões agendadas na comissão, presidida por Davi Alcolumbre (União-AP), são relativas a outros assuntos.

“Entendo que foi um avanço, que aperfeiçoa, melhora e esclarece. A questão das prestações de contas, deixa mais clara. A questão das federações partidárias, como é feita a cota de gênero, a prestação de contas dentro da federação que, quando o partido faz uma conta errada, não contamina outros partidos. A Câmara avançou na legislação eleitoral. O que foi aprovado será bem recebido e é um avanço”, disse o parlamentar.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?