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Sem turismo devido à Covid-19, Aparecida sofre com 70% de desemprego

Destino turístico religioso teve fechado hotéis e restaurantes e vendedores ambulantes e mais de 2,5 mil feirante ficara sem sustento

atualizado

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Divulgação Prefeitura de Aparecida (SP)
Passarela da fé, ponto turístico quase vazio, em Aparecida (SP)
1 de 1 Passarela da fé, ponto turístico quase vazio, em Aparecida (SP) - Foto: Divulgação Prefeitura de Aparecida (SP)

São Paulo – Um dos principais destinos turísticos do Brasil, Aparecida (SP), também conhecida como Aparecida do Norte, hoje possui 70% da população desempregada e passando fome, segundo o prefeito aparecidense Luiz Carlos de Siqueira (Podemos).

Aparecida tem população estimada pelo IBGE de 36.157 habitantes e está distante 162 km da capital, na região do Vale do Paraíba, no nordeste do estado.

De acordo com o prefeito, também conhecido como Periquito, a pandemia de Covid-19 levou ao fechamento hotéis e restaurantes, além de deixar sem sustento sorveteiros, vendedores ambulantes de água e refrigerante e mais de 2,5 mil feirantes.

“É uma tragédia social e econômica. Todos perderam suas fontes de sustento”, declarou o prefeito em cerimônia de entrega de cestas básicas nesta sexta-feira (26/3).

O evento foi promovido pelo Ministério da Cidadania para lançar, em parceria com o Programa Pátria Voluntária, o projeto Brasil Fraterno.

Estiveram presentes no evento os ministros da Cidadania, João Roma, e do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, e a primeira-dama, Michelle Bolsonaro.

Segundo João Roma, Ministro da Cidadania, 7 mil famílias de Aparecida e região vão receber mais de 300 toneladas de alimentos arrecadados por meio de parcerias.

Doadores de alimentos e jogo político

Uma das instituições parceiras da doação de alimentos para Aparecida é a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), que doou 292 toneladas de hortifrutigranjeiros.

A Ceagesp se tornou um reduto bolsonarista após impasse entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador João Doria (PSDB). Ambos pretendiam privatizar e transferir a sede da Ceagesp na capital para o interior paulista.

Com a ruptura entre Doria e Bolsonaro, o presidente recuou e passou a defender a manutenção da estatal. No entanto, a defesa ficou no discurso e o governo federal mantém estudos para a desestatização da empresa pública.

Quem também se mobilizou para arrecadar alimentos para Aparecida foram os deputados estaduais Douglas Garcia (PTB-SP) e Gil Diniz (sem partido). Diniz afirmou em suas redes sociais inclusive que João Doria, ao decretar medidas de restrição de circulação e comércio no estado, é um “almofadinha anticristão”.

“Irresponsabilidade de Doria”

Desde o dia 16 de março o Movimento Conservador, do qual o deputado estadual Douglas Garcia faz parte, arrecada alimentos na capital e no interior para Aparecida, inclusive dentro de igrejas evangélicas,

Segundo Garcia, a pandemia em Aparecida “está sob controle, mas a irresponsabilidade de João Doria gerou 70% de desemprego”.

Segundo boletim epidemiológico da cidade divulgado nesta sexta, 1.934 aparecidenses já pegaram Covid-19, dos quais 50 morreram. Atualmente, a cidade possui 19 pessoas internadas com a doença e outras 25 também acamadas com suspeita da doença. Destas, sete estão intubadas.

Aparecida fica na região do Vale do Paraíba, onde a taxa de ocupação de leitos de tratamento intensivo (UTI) é de 87,6%. Contudo, um dos principais hospitais da região, a Santa Casa de São José dos Campos registrou ocupação de 150% nos seus leitos nesta sexta.

A região segue com tendência de alta desde o dia 1º de março. Para comparação, naquela data, a taxa de ocupação em UTIs na região era de 60,6%.

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