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Sem consenso, PT adia para janeiro decisão sobre apoio na eleição da Câmara

Petistas refutam tese de que união da esquerda possa representar acordo para 2022 e defendem candidatura de Lula a presidente

atualizado

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Raimundo Sampaio/Especial para o Metrópoles
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1 de 1 gleisi1 - Foto: Raimundo Sampaio/Especial para o Metrópoles

Dividido, o PT decidiu adiar para 4 de janeiro a decisão sobre apoio à candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) para a presidência da Câmara dos Deputados. Em reunião nesta terça-feira (29/12), a bancada do partido na Câmara ponderou que é preciso maior firmeza do emedebista em relação aos anseios da oposição.

Balia Rossi tem o aval do atual presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) e tem como principal adversário o deputado Arthur Lira (PP-AL), candidato do presidente Jair Bolsonaro, a quem o PT já descartou o apoio.

Os petistas ainda cogitam candidatura própria. Eles têm no passado o principal argumento para evitar o apoio ao emedebista. Além de ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o candidato é do partido que abriu o processo contra a correligionária.

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Além disso, o PT tenta desfazer a tese de que uma eventual união de partidos de esquerda para eleição da Câmara possa significar a formação de um bloco para as eleições presidenciais de 2022. A ideia foi fomentada recentemente por Maia em entrevista à Folha.

Após a reunião com a bancada nesta terça, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), foi ao Twitter reforçar que o candidato da legenda para as próximas eleições é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“O projeto de país defendido pela esquerda confronta com a frente eleitoral de agenda neoliberal, que esquece do povo. #LulaPresidente2022”, escreveu a deputada.

Peso

Maior bancada da Casa, o PT tem peso importante na decisão da eleição do comando da Câmara. A intenção do partido é fechar apoio a um candidato que garanta à legenda espaço na Mesa Diretora, seguindo respeito à proporcionalidade das bancadas.

Uma carta divulgada pelo PT, PDT, PSB e PCdoB na segunda (28/12) pede cinco compromissos a Baleia Rossi. Entre outros, as siglas solicitam que o candidato firme compromisso em defesa da Constituição e da democracia contra ataques autoritários, “seja por meio do repúdio a atos e manifestações que façam apologia da ditadura” ou “seja pela manutenção da transparência, da participação e do controle social”.

O grupo destaca ainda que outra forma de manter esse compromisso é não pautar projetos da agenda conservadora que possa significar retrocesso ao processo democrático.

Após encontro em que recebeu a carta, Baleia Rossi se disse otimista com a união de partidos de centro-esquerda.

“A democracia prevê um amplo e permanente diálogo. Cada líder, presidente de partido vai se reunir com a sua bancada, mas saio muito otimista pela união do centro com a esquerda democrática para a gente poder caminhar nessa candidatura”, disse.

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