Diabetes cresceu no país e já atinge 9% da população brasileira

Mulheres lideram o ranking com 9,9% de aumento do diagnóstico da doença contra 7,8% dos homens

Thayná Schuquel
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O Ministério da Saúde (MS), em alusão ao Dia Mundial do Diabetes, reforça o alerta à população sobre o crescimento da doença no país. O diagnóstico da enfermidade aumentou 61,8% em 10 anos, segundo dados da pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do MS do Brasil.

Entre 2006 e 2016, o número de pessoas que dizem saber do diagnóstico de diabetes passou de 5,5% para 8,9%. As mulheres lideram o ranking: 9,9% da população feminina declarou possuir a doença contra 7,8% dos homens.

O desenvolvimento do diabetes é uma tendência mundial, devido ao envelhecimento da população, a mudanças dos hábitos alimentares e à falta de atividade física. De acordo com a Pesquisa Vigitel, 18% da população das capitais brasileiras consomem alimentos doces em cinco ou mais dias da semana, sendo maior entre mulheres (19,7%) do que entre homens (16,0%).

O comportamento é mais comum entre jovens de 18 a 24 (26,2%), seguido pela faixa etária de 25 a 34 (20,6%). O levantamento foi feito a partir de perguntas que indagavam sobre a frequência semanal do consumo de sorvetes, chocolates, bolos, biscoitos ou doces.

“Alimentação adequada e prática de exercícios físicos é essencial para conter a doença. Além da ampliação de acesso ao tratamento, temos atuado fortemente na promoção de hábitos saudáveis”, afirmou o ministro Ricardo Barros.

Existem as pessoas que já têm diagnóstico de diabetes. Para elas, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta gratuitamente, já na atenção básica — porta de entrada do SUS, atenção integral, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. Para monitoramento do índice glicêmico, ainda está disponível nas unidades de Atenção Básica de Saúde reagentes e seringas.

O programa do governo “Aqui Tem Farmácia Popular”, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos, entre eles o cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas.

Hábitos saudáveis
Incentivar uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades físicas é prioridade do Governo Federal. Assim que assumiu o Ministério da Saúde, o ministro Ricardo Barros publicou uma Portaria proibindo venda, promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o consumo dentro das dependências do Ministério.

Para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país, o Ministério da Saúde também adotou metas. Durante o Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, realizado em março, em Brasília, o país assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na população adulta até 2019 por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional. A ideia seria reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população adulta e ampliar em, no mínimo, 17,8% o percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente.

Como alternativa para a promoção da alimentação saudável, foi publicado o Guia Alimentar para a População Brasileira. Reconhecida mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e a adoção de alimentos in natura ou minimamente processados como base da alimentação. O Governo Federal também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde, com aproximadamente 4 mil polos habilitados e 2.012 com obras concluídas.

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