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Registro de armas de fogo cresce 219% na Amazônia Legal em 3 anos

Os dados são do relatório Amazônia no Alvo, divulgados, nesta sexta-feira (22/7), pelo Instituto Igarapé

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Yves Adams/ Getty Images
Porte e porte de arma. Pessoa segurando uma arma de fogo na nas mãos em um campo- Metrópoles
1 de 1 Porte e porte de arma. Pessoa segurando uma arma de fogo na nas mãos em um campo- Metrópoles - Foto: Yves Adams/ Getty Images

O número de pessoas com registro de armas de fogo na região da Amazônia Legal cresceu 219% entre dezembro de 2018 e novembro de 2021. Os dados são do relatório Amazônia no Alvo, divulgados, nesta sexta-feira (22/7), pelo Instituto Igarapé. Neste ano, os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips chamaram a atenção para a violência na região.

Desde 2018, o Brasil teve um aumento de 130,4% de armas registradas por pessoas físicas nos sistemas de controle do Exército e da Polícia Federal. O número saltou de 696.909 em 2018 para 1,6 milhão em 2021.

A região da Amazônia Legal é composta pelos seguintes estados: Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Goiás e Tocantins. Com aproximadamente 770 municípios, ocupa 59% do território brasileiro.

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CACs

O relatório chama atenção para o aumento de armas registradas para Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) na região. Em 2018, eram 14.877 e o número passou para 56.610 em 2021, um crescimento de 280,5%.

No Brasil, a caça é permitida apenas para o javali. Contudo, o animal tem pouca presença na região amazônica.

Aumento de mortes por arma de fogo

Para o Instituto Igarapé, o aumento de armas na Amazônia Legal é preocupante, uma vez que as mortes cresceram nos estados da região.

Entre 2012 e 2020, as mortes por armas de fogo na região subiram de 5.537 para 5,7 mil, um aumento de 4% neste período.

“Na Amazônia Legal, o aumento da circulação legal destes instrumentos na região em ritmo ainda maior do que no restante do país é muito preocupante. No complexo ecossistema de crimes e ilegalidades, essa constatação é um alerta importante”, destaca o relatório.

Mortes de Bruno e Dom

Dom Phillips, de 57 anos, e Bruno Pereira, de 41, desapareceram em 5 de junho, no fim de um curto trajeto pelo rio Itaquaí. Pereira acompanhava Phillips em viagem de reportagem para um livro sobre desenvolvimento sustentável na Amazônia, mas o barco não chegou a Atalaia do Norte, conforme programado.

O desaparecimento foi comunicado às autoridades e à imprensa pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Lideranças indígenas atuaram nas buscas ao lado das autoridades. Infelizmente, após dias do sumiço, a polícia descobriu que a dupla foi assassinada.

O exame médico-legal, realizado pelos peritos da PF, indicou que a morte de Dom Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça. Foram identificados “múltiplos balins” (múltiplos projéteis de arma de fogo), ocasionando lesões na região abdominal e torácica. Ele foi atingido com um tiro.

A morte de Bruno Pereira foi causada, segundo os peritos, por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, “que ocasionaram lesões no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”.

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