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Região Metropolitana do Rio já registrou 806 tiroteios em 2021

Plataforma Fogo Cruzado aponta ainda que 412 pessoas foram baleadas no Rio neste ano, das quais 210 morreram

atualizado

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Luanna Silva Pereira, enfermeira morta no Rio
1 de 1 Luanna Silva Pereira, enfermeira morta no Rio - Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – No acumulado do ano, em janeiro e fevereiro, a Fogo Cruzado registrou 806 tiroteios/disparos de arma de fogo na Região Metropolitana do Rio. No consolidado de 2021, de acordo com a plataforma digital colaborativa com dados de violência armada, 412 pessoas foram baleadas – 210 morreram e 202 ficaram feridas.

Em comparação com o mesmo período no ano passado, houve queda de 4% nos tiroteios, 8% na quantidade de mortos e 4% no número de feridos. No acumulado entre janeiro e fevereiro de 2020, ocorreram 831 tiroteios, que deixaram 433 pessoas baleadas (223 mortas e 210 feridas).

Somente em fevereiro, 186 pessoas foram baleadas: dessas, 89 morreram e 97 ficaram feridas. O número de mortos e de feridos é 15% e 17% menor, respectivamente, em comparação com o mesmo período de 2020, quando foram 105 mortos e 117 feridos.

Os números de março ainda não estão disponíveis, porém, somente no último fim de semana, dias 6 e 7/3, uma chacina foi registrada no Complexo do Chapadão e um intenso confronto aconteceu no Morro dos Macacos, zona norte do Rio de Janeiro.

Valmir Pereira Cândido, que trabalhava como montador de andaimes da Petrobras, estava na porta de casa quando foi atingido por um tiro na cabeça, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio. Só neste mês, oito pessoas foram mortas em operações da polícia em comunidades do Rio de Janeiro.

Uma das vítimas mais recentes dos confrontos com armas de fogo na cidade maravilhosa é a enfermeira Luanna da Silva Pereira, de 28 anos, atingida durante operação da Polícia Civil para conter a venda de drogas em plataformas e trilhos de trens da SuperVia que cortam as comunidades de Parada de Lucas e Vigário Geral, onde morava.

As operações, com confrontos e baleados, seguem sendo registradas frequentemente, mesmo com todas as restrições determinadas pelas autoridades em função da pandemia, incluindo a determinação do Supremo Tribunal Federal de que “só ações excepcionais” poderiam ser realizadas.

Desde a ordem do STF, o Rio registrou mais de 230 operações policiais em comunidades, deixando um rastro de vítimas.

Questionado pelo Metrópoles, o Ministério Público informou que há um acordo entre as instituições para que essas operações excepcionais sejam comunicadas ao órgão em um período de até 24 horas após o início da investida policial. “O Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Criminais (CAO Criminal/MPRJ) informa que até o momento não recebeu a comunicação dessa operação”, diz a nota.

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Entre as vítimas dessas operações, estava também Ray Pinto Faria, de 14 anos. O adolescente foi morto a tiros durante uma operação policial no Campinho, na zona norte, no último dia 22. Ele, que era conhecido por trabalhar carregando compras de supermercado na região, foi abordado na porta de casa enquanto jogava no celular. Ray só foi encontrado horas depois, já morto, no Hospital Salgado Filho, no Méier.

Mãe do rapaz, Alessandra da Conceição Pinto, de 34 anos, segue na luta por justiça, e espera ver condenados os assassinos do filho: “Se eu não fosse atrás do meu filho, eu não iria encontrá-lo até hoje. Jogaram meu filho no [Hospital] Salgado Filho. Eu quero justiça”, desabafou a mãe.

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