metropoles.com

“Recrutam a rapaziada para vingar o ataque”, diz morador de Fortaleza

O moradores do bairro onde ocorreu a chacina que deixou 14 mortos estão assustados. Alguns afirmam que haverá vingança

atualizado

Compartilhar notícia

Rodrigo Carvalho/AFP
policiaaaa
1 de 1 policiaaaa - Foto: Rodrigo Carvalho/AFP

No cenário da chacina ocorrida no sábado (27/1), onde as paredes têm pichações com as iniciais de facções FDN (Família do Norte) e CV (Comando Vermelho), moradores ainda estão assustados, embora o comércio tenha sido aberto nessa segunda-feira (29/1). A creche do bairro, que atende 200 crianças, não funcionou.

Na comunidade de Cajazeiras, local do massacre, circulam mensagens de WhatsApp de supostos integrantes do Comando Vermelho, que estariam recrutando jovens do bairro para vingar as mortes, atribuídas à facção cearense Guardiões do Estado (GDE). Na noite de segunda (29/1), um grupo fez barricadas de fogo para bloquear a BR-116, em protesto contra a chacina.

“Eles estão mandando mensagens recrutando a rapaziada para ‘vingar’ o ataque. Eles querem reunir gente para dar o revide”, disse um morador, que pediu para não se identificar. “Tem um vídeo de uma mulher esfaqueada agonizando. Ela seria a companheira de um cara do GDE. Estão dizendo que o ataque foi para vingar a morte dela. Por isso que mataram tantas mulheres”, contou um morador. “Agora, querem chamar gente para vingar as mortes”, disse outro.

Quem mora na região ainda está em choque. “Eu estava em casa. Ouvi todos os tiros. Então, comecei a ouvir barulho de gente correndo no telhado. Quebraram as telhas. Quando saí do quarto, tinha gente escondida no quintal da minha casa. Muitas pessoas fugiram pulando os muros”, conta um comerciante, de 30 anos, que mora ao lado do Forró do Gago, local do massacre.

Investigação
A polícia prendeu nessa segunda-feira (29/1) sete pessoas que estavam em um velório de um homem que morreu em confronto com a polícia durante a madrugada. Cinco tiveram a prisão mantida por porte ilegal de arma. Pistolas apreendidas serão periciadas para averiguar se os tiros que mataram as vítimas partiram delas.

Compartilhar notícia