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Rebelião em presídio de Aparecida de Goiânia deixa mortos e feridos

São nove mortos, 14 feridos e 106 fugitivos, segundo dados da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) do Estado

atualizado

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Reprodução/TV Anhanguera
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Detentos do regime semiaberto do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia (GO) fizeram uma rebelião na tarde desta segunda-feira (1/1). São nove mortos, 14 feridos e 106 fugitivos, segundo dados da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap) do Estado.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública e Administração Pública de Goiás (SSPAP), por volta das 14h, os presos da ala C invadiram a ala B por conta de uma rixa. A unidade foi retomada pelo Grupo de Operações Penitenciárias Especiais (GOPE) duas horas depois, com o apoio do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Após tomar o controle, a diretoria do presídio realizou a contagem dos detentos. Segundo o jornal O Popular, por volta das 18h30, os agentes iniciaram a transferência dos internos da Ala C para o núcleo de custódia. Os feridos foram encaminhados ao Hospital de Urgência de Aparecida de Goiânia (Huapa).

Socorro
Os presos queimaram colchões, por isso o Corpo de Bombeiros enviou cinco unidades ao local. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) encaminhou três ambulâncias e duas motos para atender os feridos. Duas viaturas já retornaram ao complexo com detentos recapturados.

A Seap também confirma a fuga de 106 internos da unidade, 29 foram recapturados até o momento. Outros 127 deixaram o presídio por conta da confusão, mas retornaram voluntariamente quando a situação se acalmou.

Segundo informações do jornal goiano, alguns prisioneiros foram encontrados na Avenida Perimetral, Residencial Village Garavelo 1, em Aparecida de Goiânia. Os moradores da imediações foram orientados a ficar dentro de casa para evitar riscos.

O jornal também teve acesso a um áudio, enviado por um dos detentos a sua esposa no auge da confusão. A mensagem diz: “O povo tá invadindo aqui, nós ‘tá’ em guerra aqui, nós ‘tá’ em guerra. O bagulho tá é doido. A polícia tá invadindo. Os cara ‘tá’ invadindo. Sobe e quebra aí. Eles ‘tá’ invadindo. Quebra o cadeado!”, em seguida são ouvidos diversos ruídos e gritarias. A mulher está preocupada com a situação do marido.

Familiares
O clima é de tensão em frente ao presídio. Familiares dos detentos foram até a prisão para buscar informações. De acordo com O Popular, um agente pediu às famílias que organizassem uma comissão com cinco pessoas para entrar no local com a diretora e obter mais informações, eles aguardam serem chamados.

Disparos foram efetuados de dentro de um helicóptero da Cavalaria e o Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) nas proximidades do presídio, mas ainda sem confirmação da Superintendência Executiva de Administração Penitenciária (Seap).

Memória
A rebelião em Aparecida de Goiânia acontece exatamente um ano depois das chacinas nos presídios de Manaus (AM). Entre 1º e 14 de janeiro de 2017, 123 homens foram mortos de maneira brutal dentro das penitenciarias do estado e também prisões em Boa Vista (RR) e Natal (RN). Até hoje, no entanto, o Estado sequer identificou os restos mortais de alguns envolvidos nos ataques.

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