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Reações a ataque contra Vera Magalhães racham redes bolsonaristas

Perfis mais radicais defendem deputado que intimidou jornalista e reclamam de Tarcísio e Eduardo Bolsonaro por condenarem os insultos

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Redes Sociais
1 de 1 Redes Sociais - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP), que tentou intimidar e constranger a jornalista Vera Magalhães durante um debate em São Paulo, na noite de terça-feira (13/9), se tornou o principal assunto nas redes de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quarta (14/9), – e o assunto está rachando a militância.

De maneira agressiva e usando informações falsas, o parlamentar abordou a jornalista em uma área destinada a convidados e imprensa em debate organizado por Folha, UOL e TV Cultura com candidatos ao governo de São Paulo. A atitude de Garcia foi condenada pelo candidato do Republicanos ao cargo, Tarcísio de Freitas, que se manifestou em suas redes e ligou para Vera Magalhães para pedir desculpas.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), uma das vozes mais influentes da direita conservadora e filho do presidente e candidato à reeleição, também usou seus perfis para criticar o aliado Douglas Garcia. “Não há justificativa para provocar uma jornalista e tentar constrangê-la gratuitamente no seu local de trabalho” e, sabendo que a campanha do pai tenta lidar justamente com acusações de agressividade contra mulheres, foi direto: “Também peço a todos que observem quem sabe trabalhar em equipe, se dedicar a um projeto maior do que si próprio e buscar resultados sem fazer muito barulho”.

Os pedidos de desculpas de alguns, porém, estão incomodando muito a militância mais radical, principalmente os influenciadores ligados aos ensinamentos do guru extremista Olavo de Carvalho, que morreu em janeiro deste ano.

“Tarcísio é apenas um tucano disfarçado de conservador, de perfil claramente tecnocrata. Ele paga o pedágio para a militância de redação, assinando embaixo na inversão da narrativa: o agredido foi o deputado”, atacou o perfil de Leandro Ruschel, voz de grande alcance na militância, com 835 mil seguidores só no Twitter e apoiador de primeira hora de Bolsonaro. “O voto nele é por pura falta de alternativa”, continuou Ruschel sobre o candidato de Bolsonaro.

Ruschel apoiou a agressão de Garcia (que ele não considera agressão) e admitiu fazer parte de um grupo que não respeita o trabalho da imprensa: “A direita passou a tratar, de forma acertada, a imprensa em geral como uma força opositora”, escreveu ele.

O colunista Rodrigo Constantino, que também é um crítico constante de Vera Magalhães, atacou o pedido de desculpas de Tarcísio. “Tarcisio é um bom gestor, um tecnocrata competente, mas errou feio ao acender vela para patota militante e usar termos indevidos, como se a datilógrafa tucanopetista tivesse mesmo sido agredida – não foi. Esse tipo de concessão é um tiro no pé!”, escreveu.

“Qual foi a agressão? Chama-la de ‘vergonha para o jornalismo nacional’ não é uma agressão, e sim uma opinião pessoal – da qual, inclusive, eu e milhões de brasileiros compartilhamos”, completou ele, repetindo a frase de Jair Bolsonaro contra a jornalista, que também foi usada por Douglas Garcia para agredi-la e constrangê-la.

Em outra postagem, porém, Constantino chamou de “erro” a atitude do deputado.

Os irmãos Abraham e Arthur Weintraub, ex-integrantes do primeiro escalão do governo Bolsonaro e hoje críticos do presidente por não achá-lo radical o suficiente, também partiram para cima de Tarcísio e Eduardo.

“Eduardinho Bolsonaro. Na hora do vamos ver, fica do lado da Vera Magalhães. E ainda tem quem vota nele”, escreveu Arthur em suas redes.

Veja imagens da treta entre bolsonaristas por causa de Douglas Garcia, que será investigado pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp):

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