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Qualidade do ar de Manaus tem piora com aumento de fumaça

Nível de poluição é péssimo. Com aumento de queimadas, capital amazonense amanheceu, neste sábado (4/11) coberta de fumaça

atualizado

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Arquivo pessoal/Antônia Martins
Imagem colorida de paisagem com casas e muita fumaça
1 de 1 Imagem colorida de paisagem com casas e muita fumaça - Foto: Arquivo pessoal/Antônia Martins

A fumaça que cobre Manaus se tornou mais intensa neste sábado (4/11) e a capital amazonense amanheceu cinza. A qualidade do ar é considerada péssima, como mostra o sistema “Selva”, desenvolvido pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Alguns pontos da capital registravam um índice de Qualidade do Ar (IQAr) superior a 400 ug/m3 (micrograma por metro cúbico), com base em um cálculo que usa como referência uma resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Acima de 125 ug/m3, o nível de poluição já é considerado péssimo.

A fumaça que atinge a capital é oriunda de queimadas na floresta amazônica, e a situação já dura um mês, sem sinais de melhora. Em outubro, o Amazonas registrou o maior número de focos de incêndio desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) iniciou o monitoramento.

No mês em passado, foram 3.858 focos de calor, número mais que o dobro do que o registrado em outubro do ano passado.

Em vídeo publicado na última sexta-feira, o governador Wilson Lima culpou as queimadas no Pará, apesar do cenário alarmante de aumento de focos de calor no Amazonas. Segundo ele, a fumaça vem do outro estado do Norte.

“Hoje, o que nós sofremos é uma injustiça climática. Não somos nós os causadores dos problemas que nós estamos enfrentando neste momento”, afirmou. O governador pontuou que nas ações de combate às queimadas, 100 pessoas já foram detidas e mais de R$ 160 milhões em multas foram aplicadas.

O Pará também vivencia uma situação dramática com aumento de queimadas. Em outubro, foram 11.378 focos de incêndio registrados pelo Inpe, o segundo maior número da série histórica desde 1998.

No mês passado, a Defensoria Pública do Amazonas entrou com um pedido à Procuradoria-Geral da União (PGR) apontando que a situação atual pode levar a uma crise de oxigênio tão grave quanto a registrada em 2021, durante a pandemia de Covid-19. Para a defensoria, existe uma inércia por parte do governo diante do grave cenário.

Somado a isso, a região amazônica registra uma seca histórica. Neste ano, o Rio Negro, um dos principais afluentes do Rio Amazonas e que banha a capital, teve o nível mais baixo registrado. A Agência Nacional de Águas (ANA) já informou que o rio passa pela pior seca desde 1902, quando foi iniciada a medição.

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Governo federal

O governo federal tem sido cobrado por ações mais enérgicas para ajudar a reduzir o número de queimadas na região nesses meses. Em 13 de outubro, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou um reforço de 149 brigadistas para combater as queimadas no estado, chegando ao número total de 289.

Em visita a Manaus na última sexta-feira (3), para palestra no TEDxAmazônia, Marina foi questionada pela imprensa sobre os desafios que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) enfrenta, visto que o cenário de queimadas não tem melhorado no Amazonas mesmo com o anúncio de reforço do governo federal.

A ministra afirmou que o Ibama tem responsabilidade sobre áreas federais, lembrando a competência dos Estados.

“Mesmo assim, quando os Estados não dão conta do recado, nós mobilizamos nossas equipes. Já vieram mais de 300 brigadistas, encaminhamos dois aviões pra ajudar no combate a fogo e quatro técnicos especializados em planejamento de enfrentamento de fogo. Mas essas questões tem que ser trabalhadas estruturalmente”, afirmou.

A repórter viajou para o TEDxAmazônia a convite do Mercado Livre.

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