metropoles.com

Professores de SP protestam por reajuste nacional de 33% no piso

Professores farão ato na Paulista nesta quarta pedindo que SP adote imediatamente o aumento oficializado em fevereiro pelo governo federal

atualizado

Compartilhar notícia

Secretaria de Educação do estado de São Paulo
Escolas de São Paulo se adaptaram para manter distanciamento entre alunos
1 de 1 Escolas de São Paulo se adaptaram para manter distanciamento entre alunos - Foto: Secretaria de Educação do estado de São Paulo

São Paulo – Em 27 de janeiro, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) anunciou o reajuste de 33,24% no piso dos professores. Mas os professores paulistas não sabem quando vão receber o aumento porque o governo de São Paulo ainda não tem uma previsão para aplicar o valor.

O novo piso foi tornado oficial por meio da Portaria 67 do Ministério da Educação (MEC), de 4 de fevereiro, que foi o cumprimento da Lei do Magistério, que atrela o salário ao valor por aluno previsto no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Mais de um mês depois, entretanto, o estado de São Paulo ainda não sabe quando vai aplicar este aumento. A Secretaria Estadual de Educação (Seduc) informou que o aumento será adotado, mas não respondeu quando. Por isso, professores farão uma manifestação nesta quarta-feira (16/3) na Avenida Paulista, às 17h, em prol do reajuste do piso imediatamente.

A assessoria da pasta apenas informou, por telefone, que estão sendo feitos estudos, sem dar mais detalhes sobre o motivo da demora.

No último dia 3 de março, o governador João Doria (PSDB) anunciou o envio de projetos à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para aumentar os vencimentos dos servidores. Entretanto, neles não constam o aumento de 33,24% no piso dos professores.

Atualmente, os professores no estado recebem R$ 2.886,15, o piso nacional antes do reajuste. E mesmo assim, esse valor só é alcançado por meio de um abono complementar, e não é incorporado ao salário – o que gera críticas de docentes.

Doria enviou um projeto de lei complementar para dar 10% de aumento a servidores no geral – o que inclui professores do ensino médio e técnico e do ensino superior, além de auxiliares de docentes – e 20% aos policiais e servidores da área da saúde. O projeto tramitará em regime de urgência.

Em outro projeto, propõe uma nova carreira do magistério, que pode aumentar em 73% o salário dos professores, mas com algumas condicionantes e diversas mudanças, como o pagamento por subsídios e o fim de adicionais.

O reajuste do piso como previsto na portaria federal, porém, ainda não tem data para virar realidade.

Em texto em que anunciou a entrega do projeto de aumento dos servidores à Alesp, a Secretaria da Educação diz que os funcionários da educação receberão 10% de reajuste, pagos retroativamente a contar do dia 1º de março de 2022 e, para os professores, além do reajuste passará a valer o novo piso nacional na mesma data em forma de “complementação”.

Pela regra nacional, porém, o aumento deveria valer a partir de janeiro. E no projeto enviado à Alesp não há menção ao novo piso nacional. De praxe, o abono que complementa o salário para chegar ao piso é instituído por meio de decreto governamental.

Até esta quarta, o projeto já recebeu mais de 170 emendas de deputados, ou seja, pode ser aprovado de maneira bem diferente da proposta original. Deputados da oposição prometem pressionar pelo reajuste o mais rápido possível.

Oposição pressiona

O deputado Carlos Giannazi (PSOL-SP), que tem forte atuação em prol de servidores públicos, diz que “é uma vergonha o estado mais rico do país não pagar o piso dos professores”, e que, com a chegada dos novos projetos relacionados ao funcionalismo, vai atuar para que o novo piso seja adotado prontamente. Ele ainda destaca que não é necessário aprovação de nova lei, já que já existe a determinação federal, e bastaria cumpri-la.

“Caso não surta efeito, nós vamos ingressar com uma ação na Justiça. A gente vai fazer o debate agora, eu vou apresentar nesse projeto a proposta pelo reajuste do piso, já que semana que vem começa a tramitação oficial do projeto. Caso o governo não acate, vamos ingressar no Ministério Público e no Tribunal de Contas do Estado contra o governador por improbidade administrativa”, afirmou.

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) já acionou a Justiça, há duas semanas, pedindo o aumento imediato do piso no estado, mas ainda não houve decisão.  A deputada Professora Bebel (PT-SP), presidente da Apeoesp, também cobra o governo Doria sobre o aumento, e convocou para 16 de março um protesto em prol da adoção do novo piso dos docentes.

Ao Metrópoles, Bebel disse que o governo estadual “nunca paga” os reajustes, que dá os aumentos em forma de abono, o que não repercute da mesma maneira na classe.

“Ele teria que dar em forma de reajuste, porque aqui tem carreira ainda. Ele até está desmontando a carreira com essa proposta de subsídio, e nós vamos ter mobilização contra isso, exatamente porque ele não quer dar o reajuste”, afirmou, referindo-se à proposta da nova carreira proposta pelo governo Doria e pelo secretário Rossieli Soares.

A nova carreira

Anunciada em dezembro, a nova carreira da docência prevê que o salário inicial dos professores em São Paulo será de R$ 5 mil, um aumento de 73% em relação ao que é pago atualmente.

Entretanto, o projeto ainda precisa ser votado e aprovado pela Alesp, e só beneficia os professores que quiserem adotar a nova carreira. Aqueles que quiserem seguir com as regras atuais, não terão aumento algum.

Aqueles que aderirem a nova proposta, caso ela seja aprovada, não receberão mais salário, e sim terão pagamento por subsídios, e deixarão de receber adicionais. O aumento de salário ao longo dos anos será feito mediante avaliações, segundo a proposta.

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?