metropoles.com

Prioridade para venda da Sputnik V no Brasil será do governo federal

Decisão foi tomada após reunião entre representantes da Saúde, governadores e diretores da União Química, na manhã desta terça-feira (2/3)

atualizado

Compartilhar notícia

Hugo Barreto/Metrópoles
Vacina Sputnik V
1 de 1 Vacina Sputnik V - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Governadores de 18 estados e do Distrito Federal (DF), representantes do Ministério da Saúde (MS) e diretores da União Química decidiram, nesta terça-feira (2/3), que a prioridade sobre a compra da vacina russa Sputnik V contra a Covid-19 será do governo federal.

Os políticos participaram de reunião na fábrica do laboratório em Santa Maria (DF). De acordo com governadores, a empresa oferecerá, em um primeiro momento, 10 milhões de doses para a Saúde. No entanto, ainda não há previsão de entrega do imunizante, já que a União Química ainda precisa enviar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) os documentos para análise de uso emergencial.

O líder do Fórum dos Governadores e chefe do estado do Piauí, Wellignton Dias (PT), ressaltou que as doses serão vendidas ao ministério para integrarem o Programa Nacional de Imunização (PNI), e que a pasta garantiu a aquisição da vacina.

“[Foi dito que] não tem problema de dinheiro, o ministério compra, garante as condições de compra. A necessidade é de aprovação por meio da Anvisa. Esse é o compromisso desde o início. Defendemos que não pode ter um município vacinando todo mundo e o outro não, um estado vacinando todo mundo e o outro não. Nosso compromisso é de ter vacina para o Brasil, seguindo o critério de fase um, dois, três e quatro, como está no plano estratégico da Saúde”, disse Dias.

Apesar da definição de que a prioridade para compra será do governo federal, alguns chefes dos Executivos estaduais se dispuseram a adquirir o imunizante, caso a Saúde não consiga entregar doses suficientes à população. É o caso dos governadores do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), e de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO).

“Se for preciso, nós compraremos. O Ministério da Saúde está dizendo que não será preciso, que vão comprar todas as vacinas. Mas os governadores já se colocaram todos à disposição, se for preciso nós compraremos e colocaremos no Programa Nacional de Imunização (PNI) para poder adiantar o cronograma. Mas o ministério dizendo que vai comprar todas as vacinas, para nós está tudo certo”, disse Renato Casagrande.

0
Produção da Sputnik V

A produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) da vacina russa começou no DF em meados deste mês de janeiro. Após a finalização do projeto-piloto, ele será encaminhado ao Instituto Gamaleya, na Rússia, para aprovação.

Segundo Fernando Marques, presidente da União Química, o passo seguinte será o envio de 10 milhões de doses do imunizante da Rússia ao Brasil.

“Dia 8, o IFA segue para Moscou, para a certificação e aprovação. Então, pediremos inspeção da Anvisa na Bthek (fábrica da União Química que produz o IFA no DF) para começar o processo industrial do IFA no Brasil”, explicou.

“O governo russo nos arrumou 10 milhões para esse início do processo. Isso só está dependendo do uso emergencial da Anvisa para a gente poder trazer esses 10 milhões e aí começar a produção local”, completou Fernando Marques.

Ainda conforme o presidente da empresa, após uma eventual aprovação da Anvisa, a previsão da União Química é entregar, a partir de abril, 8 milhões de doses por mês ao PNI. “A nossa ideia é que os governadores que estão todos correndo atrás de vacina recebam pelo Programa Nacional de Imunização”, declarou o presidente do grupo farmacêutico.

Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, afirmou que os governadores se dispuseram a acompanhar o cronograma de entregas estabelecido pela União Química.

Situação com a Anvisa

Apesar das previsões da União Química, a Anvisa ressaltou que a empresa ainda precisa enviar documentos para que seja aprovado o uso emergencial da Sputnik V no Brasil.

Em nota enviada à reportagem, a agência comunicou que “a União Química solicitou Autorização de Uso Emergencial para a vacina Sputnik V, mas esse pedido foi devolvido para a empresa solicitante em 16/1/21, devido à necessidade de complementação de dados e informações previstos no Guia 42/2020”.

“Com a flexibilização do Guia de Uso Emergencial, cabe à empresa decidir se vai fazer estudos no Brasil ou se vai trazer estudos de fora do país. É uma decisão da empresa”, informou.

Para adequação, a empresa pode fazer nova submissão com todos os documentos, ou pode optar por atualizar o mesmo processo e submeter novamente o pedido à Anvisa.

“Importante esclarecer que não há pedido pendente de avaliação pela Agência. Não é possível concluir a análise sem as informações faltantes. A Anvisa tem buscado ativamente informações sobre o status, dados e informações desta vacina com a OMS, EMA, COFEPRIS (MÉXICO) e ANMAT (Argentina) e com a autoridade da Rússia”, concluiu o órgão regulador.

De acordo com Fernando Marques, a União Química irá enviar, até o fim desta semana, toda a documentação restante. “Na sexta-feira (26/2), nós mandamos parte desses documentos e entre hoje e amanhã estamos mandando mais. Esperamos, até o final desta semana, estar com isso resolvido de forma definitiva”, destacou.

0

 

Estiveram presentes, na ocasião, as seguintes autoridades:

• Governador do Acre, Gladson Cameli;
• Governador de Alagoas, Renan Filho;
• Governador do Amapá, Waldez Góes;
• Governador do Ceará, Camilo Santana;
• Vice-governador do Distrito Federal, Paco Britto;
• Governador do Espírito Santo, Renato Casagrande;
• Governador do Maranhão, Flávio Dino;
• Governador de Mato Grosso, Mauro Mendes;
• Governador de Minas Gerais, Romeu Zema;
• Governador do Pará, Helder Barbalho;
• Secretário-chefe do Escritório de Representação do Paraná em Brasília, Rubens Bueno II;
• Governador de Pernambuco, Paulo Câmara;
• Governador do Piauí, Wellington Dias;
• Vice-governador do Rio Grande do Norte, Antenor Roberto Soares de Medeiros;
• Secretária extraordinária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos;
• Secretário de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro, Nicola Miccione;
• Superintendente de Integração de Rondônia, Augusto Leonel de Souza Marques;
• Governador de Santa Catarina, Carlos Moisés; e
• Governador do Tocantins, Mauro Carlesse.

O CEO da União Química, Fernando Marques, destacou ainda que a produção do primeiro lote do IFA, para fins de teste-piloto, será concluída no dia 8 de março. “Estamos hoje com dois técnicos da Rússia acompanhando essa fase final de transferência tecnológica.”

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?