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“Primeiro é Deus, depois é a vacina”, diz idosa imunizada em Goiânia

Atendimento de idosos acamados começou nesta terça-feira (9/2), em Goiânia. Oito equipes estão espalhadas pela cidade em visitas a domicílio

atualizado

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Vinícius Schmidt/Metrópoles
Idosa recebe vacinação em casa, em Goiânia
1 de 1 Idosa recebe vacinação em casa, em Goiânia - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

Goiânia – Teve início nesta terça-feira (10/2), em Goiânia, a vacinação de idosos contra a Covid-19. Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) começaram a visitar pessoas acima de 60 anos que estão acamadas em casa.

Uma delas foi a aposentada Maria Divina Alves, de 85 anos, moradora do Jardim Planalto, região sudoeste da capital.

“Então, agora eu vou tomar uma vacina?”, questionou ela, feliz, ao ver a chegada da equipe do Serviço de Acompanhamento Domiciliar (SAD). “Graças a Deus! Primeiro é Deus, depois é a vacina e todos nós”, complementou a idosa, que, após sofrer um tromboembolismo pulmonar, em 2011, e uma infecção em 2014, vive na cadeira de rodas.

Maria faz parte de um grupo de 813 idosos acamados que são acompanhados rotineiramente pelo serviço municipal de Saúde. A expectativa é de que todos eles sejam vacinados até sábado (13/2).

Outros casos que são monitorados por planos de saúde, por exemplo, serão imunizados, mas pelas equipes dos respectivos planos, que já começaram a buscar as doses da vacina Coronavac na prefeitura.

Já aqueles que não recebem acompanhamento de nenhuma das duas frentes de atenção (pública e privada) deverão entrar em contato e fazer o agendamento pelos telefones da Central Humanizada de Orientações da Covid-19: (62) 3267-6123 ou (62) 3524-6305.

A prefeitura calcula que cerca de 3 mil pessoas acima de 60 anos vivem acamadas hoje, na cidade.

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Divisão

Nesta etapa de vacinação, o plano de imunização em Goiânia foi dividido em duas partes. Nesta terça-feira, deram início à vacinação dos casos de complexidade, que não conseguiriam se deslocar até os pontos de vacinação.

E a partir desta quarta-feira (10/2), seguindo a ordem alfabética divulgada, os idosos acima de 85 anos poderão ir a um dos nove pontos espalhados pela cidade, entre 8h e 17 horas.

O Metrópoles acompanhou, com a coordenadora do SAD, Patrícia Conceição Oliveira, a equipe que fez a imunização nesta manhã nos distritos Sul e Sudoeste de Goiânia. Com os nomes e endereços em mãos, ela, duas enfermeiras e uma médica fizeram as visitas.

“São casos de pessoas já cadastradas na prefeitura. Oito equipes estão espalhadas pela cidade hoje”, explica.

A primeira vacinada pela equipe de Patrícia foi Alaíde Correa Fernandes, de 83 anos. Ela tem um tumor cerebral e vive acamada em casa, acompanhada por cuidadoras, há quatro anos.

O esposo, Agostinho Fernandes, de 84, bastante lúcido, ao ver a vacinação de Alaíde, brincou com as enfermeiras, cobrando a imunização dele também: “Não esquece de mim não, viu!”. Ainda fora do grupo contemplado na fase atual, ele deve entrar na próxima etapa.

Idosa é vacinada em casa em Goiânia (GO) contra a Covid-19
Alaíde Correa Fernandes, de 83 anos, vive acamada, em casa há 4 anos, em decorrência de um tumor cerebral. Ela foi vacinada contra a Covid-19, nesta terça-feira (9/2)
Doses

Goiânia recebeu, na manhã dessa segunda-feira (8/2), 46.160 doses da Coronavac, que fazem parte das 77,8 mil doses recebidas pelo estado no domingo (7/2). Dessas, 30.160 serão usadas como segunda dose daqueles vacinados na primeira fase, e 16 mil foram separadas para iniciar a imunização dos idosos.

Dados demográficos mostram que Goiânia tem entre 13 e 14 mil pessoas acima de 85 anos. Somados aos casos de pessoas acamadas, atingiriam o total de 16 mil doses disponíveis. Ou seja, a expectativa da prefeitura é imunizar todo esse grupo até este fim de semana.

Em algumas  cidades do estado, como Aparecida de Goiânia, na região metropolitana de Goiânia, e Anápolis, os idosos já começaram a ser vacinados.

Em outros locais, aguardava-se até ontem (segunda, 8/2), conforme o apurado pelo Metrópoles, a definição da chegada das novas doses, assim como o quantitativo para definir a estratégia de vacinação dos mais velhos.

 

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