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Zveiter tenta impedir que Andrada ocupe vaga do PSC na CCJ

Segundo o parlamentar, a “manobra do PSDB é ética e moralmente inaceitável” e está sendo realizada “para induzir ao erro a opinião pública”

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
sergio zveiter ccj da câmara
1 de 1 sergio zveiter ccj da câmara - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na primeira denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República contra Michel Temer, o deputado Sérgio Zveiter (Podemos-RJ) quer impedir que Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) relate o segundo processo contra o presidente em vaga pertencente ao PCS. Em ofício, ele solicitou ao presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), que impeça a manutenção de Andrada no lugar cedido pelos socialistas cristãos na tarde desta quinta (5/10). O documento de Zveiter a Pacheco foi encaminhado pouco depois.

Andrada, originalmente suplente do PSDB na CCJ, ignorou ultimato dado pelos tucanos: para permanecer no colegiado, deveria abrir mão da relatoria da segunda denúncia da PGR contra Temer. Assim, seu partido decidiu destitui-lo da comissão, mas o PSC indicou o parlamentar para ocupar a suplência da sigla na CCJ, em substituição ao pastor Marcos Feliciano (SP). A indicação foi acatada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na avaliação de Sérgio Sveiter, a  “manobra do PSDB é ética e moralmente inaceitável” e está sendo realizada “para induzir ao erro a opinião pública”.

“O PSDB tem vaga na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania e, portanto, se ele não quer que um de seus filiados seja o relator da matéria, de duas uma, ou desliga o parlamentar de seus quadros ou não pode pretender fazer crer que, estando um filiado seu ocupando vaga de outro partido na comissão, não esteja ele atuando como parlamentar de sua agremiação, com o seu apoio”, acusou o parlamentar fluminense.

Primeiro destituído
Quando relatou a primeira denúncia da PGR contra o presidente da República na CCJ, Zveiter era filiado ao PMDB, mesmo partido de Temer, e elaborou parecer pelo prosseguimento das investigações. Mas a recomendação foi rejeitada na comissão, que destituiu o deputado da relatoria do processo e nomeou, em seu lugar, Paulo Abi-Ackel (PMDB-MG). O substituto, por sua vez, produziu novo parecer; agora, pelo encerramento das apurações – posicionamento que prevaleceu tanto na CCJ quanto na votação em plenário.

A polêmica custou a Sérgio Zveiter a filiação ao PMDB, seu partido desde março de 2016. De início, a sigla anunciou que suspenderia das funções partidárias todos os parlamentares que se posicionaram contra Michel Temer na análise da primeira denúncia. Antes que a promessa fosse cumprida, Sveiter migrou para o Podemos.

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