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Voto impresso: Bolsonaro diz que Barroso tenta associá-lo às milícias

Recentemente, presidente do TSE disse que é inviável implementar o voto impresso em um país que tem “milícia”, “PCC” e “Comando Vermelho”

atualizado

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Bolsonaro x live
1 de 1 Bolsonaro x live - Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta quinta-feira (5/8) que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, tenta associá-lo às milícias na queda de braço que ambos travam em torno do “voto auditável” e da segurança das urnas eletrônicas.

Recentemente, Barroso disse que é inviável implementar o voto impresso em um país que tem “milícia”, “PCC”, “Comando Vermelho” e “roubo de carga”.

“Daí vem o ministro Barroso – para confundir, para tentar me associar a milícias – dizendo que o Brasil não pode ter o voto no papel por causa das milícias, por causa do crime organizado, por causa do PCC”, disse Bolsonaro durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

“Ninguém vai levar para casa o papel. Ninguém vai vender lá fora o voto dele. […] Não existe isso. Será que é demais? Eu estou pedindo demais?”, prosseguiu.

Bolsonaro enviou um recado a Barroso: está disposto a conversar, no Planalto ou no STF, sobre o sistema eleitoral. “Estou pronto para dialogar com vossa excelência, caso queira. Posso conversar. Nao tem problema nenhum. O que precisamos fazer é cada um saber dos seus limites e respeitar a poulaçáo brasileira”, ressaltou.

Na live, o presidente voltou a criticar o ministro Barroso, dizendo que o magistrado “é de esquerda, a favor da maconha, do aborto, advogado do PT, advogado do terrorista Cesare Battisti”. E comparou o magistrado a um “garoto mimado”: “Não pode ser contrariado, que abre o berreiro”.

Recentemente, o chefe do Executivo federal tem intensificado ataques ao atual sistema eleitoral – direcionados a Luís Roberto Barroso – e prega que as urnas eletrônicas permitem fraude.

O presidente é defensor do voto impresso e já afirmou, em tom de ameaça, que, caso o modelo não seja implementado no pleito do próximo ano, pode não haver eleição.

Na semana passada, durante transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro alegou haver “fortes indícios” de que as urnas eletrônicas foram fraudadas nas últimas eleições. Na ocasião, apenas requentou denúncias já desmentidas e admitiu não ter provas para confirmar as acusações.

PEC do voto impresso

Em maio deste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), determinou a instalação de comissão especial para discutir a PEC do voto impresso.

O colegiado é responsável por analisar o mérito do texto. Se aprovada, a matéria segue para votação no plenário da Câmara. Sob a autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), a PEC teve a constitucionalidade aprovada, em dezembro de 2019, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa.

Por se tratar de uma PEC, o texto precisa do aval de 308 deputados, em dois turnos de votação. Se aprovado, o novo dispositivo legal será analisado pelos senadores.

A proposta prevê a inclusão de um artigo na Constituição Federal para que, “na votação e apuração de eleições, plebiscitos e referendos, seja obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”.

Há duas semanas, para evitar uma derrota, a base do governo na Câmara conseguiu adiar a votação do parecer do relator da proposta, deputado Filipe Barros (PSL-SP) na comissão.

O presidente do colegiado, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), convocou nova reunião para esta quinta-feira (5/8).

Em manobra regimental, Martins argumentou que Barros solicitou mais tempo para fazer modificações no texto, a pedido de outros deputados da comissão.

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