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Volta de Bolsonaro a Brasília faz ministros adiarem viagem de trabalho

Gustavo Bebianno, Ricardo Salles e Damares Alves desembarcariam no Pará para governo começar a afirmar a sua agenda na Amazônia

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Jair Bolsonaro
1 de 1 Jair Bolsonaro - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

A antecipação da alta hospitalar do presidente Jair Bolsonaro, que o trará de volta a Brasília nesta quarta-feira (13/2), levou o ministro-chefe da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, a adiar a viagem de três dias marcada para o novo governo começar a afirmar a sua agenda na Amazônia.

Além de Bebianno, Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) desembarcariam no Pará para discutir com líderes locais a construção de uma ponte sobre o Rio Amazonas na cidade de Óbidos, uma hidrelétrica em Oriximiná e a extensão da BR-163 até a fronteira do Suriname.

O ministros avaliaram que não seria adequado estar fora de Brasília diante do retorno do chefe. Bolsonaro está longe de Brasília desde o dia 27 de janeiro para uma cirurgia de retirada da bolsa de colostomia.

A reportagem revelou que a viagem coincidiria também com a tentativa do governo de se contrapor à influência de setores da Igreja Católica, contra o governo, na região, por conta da realização do Sínodo sobre Amazônia, que será organizado em outubro, em Roma. Serviria também para marcar posição antes da realização da reunião preparatória do Sínodo, em Manaus, com a presença de cerca de 250 representantes da igreja.

A região é estratégica para os militares e os projetos fazem parte do plano de desenvolvimento a ser implementado na Amazônia, para “neutralizar as pressões globalistas” que preocupam quem defende a soberania nacional.

A viagem incluiria visitas de cortesia aos bispos de Óbidos e de Santarém. Os dois religiosos, no entanto, depois da iniciativa do governo de fazer uma contraofensiva ao encontro, no qual sabe que seria o principal alvo, cancelaram a agenda.

Ainda não há nova data para a viagem. Enquanto isso, o governo concluirá a redação do decreto, a ser assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, que vai anunciar a criação do Projeto Barão do Rio Branco. Pelo decreto, um grupo de trabalho terá três meses para apresentar toda a proposta de operacionalização dessa decisão de lançamento das obras que terão como objetivo integrar a Calha Norte do rio Amazonas, ao restante do país.

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