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“Vamos torcer pela paz”, diz Bolsonaro antes de embarcar para a Rússia

Presidente defendeu viagem ao país citando negócios comerciais e dependência dos fertilizantes russos

atualizado

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Alan Santos/PR
Jair Bolsonaro e Vladimir Putin
1 de 1 Jair Bolsonaro e Vladimir Putin - Foto: Alan Santos/PR

Prestes a embarcar para a Rússia, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na manhã desta segunda-feira (14/2) que torce pela paz na região, após escalada das tensões com a Ucrânia. Para justificar a viagem a Moscou mesmo em meio à apreensão política, o mandatário citou os negócios comerciais entre os dois países e a dependência brasileira dos fertilizantes russos.

“Tem a viagem à Rússia. Sabemos do momento difícil que existe naquela região. Temos negócios com eles, comerciais. Em grande parte nosso agronegócio depende dos fertilizantes deles. Temos assuntos para tratar sobre defesa, sobre energia. Muita coisa para tratar. E o Brasil é um país soberano. Vamos torcer pela paz lá, que dê tudo certo”, disse ele a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada.

“A gente quer a paz, mas você tem que entender que todo mundo é ser humano aí e vamos torcer para que dê certo. Dependendo de uma palavra minha, o mundo teria paz”, concluiu Bolsonaro.

A conversa foi registrada por um canal simpático ao presidente.

Convidado pelo presidente russo, Vladimir Putin, em dezembro de 2021, Bolsonaro viaja ao país no momento mais crítico da crise na região.

Preocupada com o estreitamento de laços dos ucranianos com países ocidentais – devido à possível adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança ocidental de 30 países liderada pelos Estados Unidos –, a Rússia mantém 100 mil soldados perto da fronteira.

Na prática, Moscou vê essa eventual adesão da Ucrânia à aliança ocidental como uma ameaça à sua segurança. Os russos consideram fundamental manter a influência sobre o país em razão da localização estratégica que tem. Posicionada entre a porção oriental da Europa e a Rússia, a nação tem sido uma espécie de zona de segurança, ou grande muro, usada pelos russos para resistirem a investidas militares.

A Rússia nega planos de invadir a Ucrânia, mas os Estados Unidos têm alertado para o que chamam de “intensificação” da atividade militar russa na fronteira com o país vizinho.

Na tentativa de evitar a invasão da Ucrânia, o presidente dos EUA, Joe Biden, ameaçou o mandatário russo com “sanções severas”. Biden e Putin conversaram no sábado (12/2) por telefone durante, mais ou menos, uma hora.

Agenda de Bolsonaro na Rússia

Além do encontro com Putin, Bolsonaro vai se encontrar com o presidente da Duma de Estado, Câmara Baixa do Parlamento russo, similar à Câmara dos Deputados brasileira. Também participará da entrega da oferenda floral no Túmulo do Soldado Desconhecido.

Na agenda, há ainda um encontro do presidente com empresários. A reunião deve ocorrer no Four Seasons, hotel cinco estrelas localizado na Praça Vermelha, principal cartão postal de Moscou. É nesse hotel que ficarão hospedados Bolsonaro e boa parte da comitiva.

As agendas de Bolsonaro e dos ministros com autoridades russas e empresários serão relacionadas principalmente às áreas de defesa e de fertilizantes. Justamente nas quais Brasil e Rússia têm relação comercial mais robusta.

Na quinta-feira (17/2), o mandatário brasileiro vai a Budapeste se reunir com o primeiro-ministro da Hungria, o líder da extrema-direita Viktor Orbán. Não estão previstas agendas na Ucrânia.

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