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Suspensão de testes da vacina causa insegurança e indignação, diz Butantan

Anvisa anunciou nessa segunda-feira (9/11) a interrupção temporária dos estudos clínicos da Coronavac após “evento adverso grave”

atualizado

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Coletiva de imprensa sobre a decisão da Anvisa de suspender os testes com a Coronavac12
1 de 1 Coletiva de imprensa sobre a decisão da Anvisa de suspender os testes com a Coronavac12 - Foto: null

São Paulo (SP) – O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, reforçou nesta terça-feira (10/11) que o “evento adverso grave” que interrompeu os testes com a Coronavac não tem relação com a vacina. Segundo ele, a informação está disponível para a Anvisa.

“A notícia [da suspensão] preocupa os voluntários, causa surpresa, insegurança e até indignação”, afirmou. “Os efeitos adversos não têm nada a ver com a vacina”, destacou, acrescentando que, por questões éticas, o instituto não pode dar características do voluntário.

O instituto, segundo Dimas, recebeu um e-mail da Anvisa às 20h40 dessa segunda-feira (9/11), para que o assunto fosse tratado em uma reunião, e 20 minutos depois a notícia estava em rede nacional.

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Por sua vez, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse que o governo estadual jamais tratou a pandemia do novo coronavírus de forma política.

“O governo de São Paulo não trata, e nunca tratou, a vacina e a pandemia de forma política, mas sim com a base da ciência, de proteção à vida. Nós não vamos autorizar isso [interferência política]”, disse Gorinchteyn.

“Evento adverso”

A interrupção temporária dos estudos clínicos da vacina chinesa teria se dado devido a um “evento adverso grave”, segundo anúncio da Anvisa publicado nessa segunda-feira (9/11). Agora, com a suspensão, nenhum novo voluntário poderá ser vacinado nesta fase de testes.

O governo de São Paulo informou a morte de um voluntário de 33 anos. As autoridades de saúde, no entanto, disseram que o óbito não tem relação com a vacina.

A morte teria ocorrido no dia 29 de outubro e comunicada à Anvisa, que decidiu interromper os ensaios para avaliar os dados observados até o momento e julgar o risco/benefício da continuidade do estudo.

Doria x Bolsonaro

A suspensão dos estudos clínicos se deu no dia em que o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que o estado começa a receber no próximo dia 20 de novembro 6 milhões de doses da Coronavac. Elas chegarão pelo Aeroporto de Guarulhos e, de lá, pouca gente sabe para onde vão.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira, ao compartilhar a informação de que a Anvisa havia suspendido temporariamente os estudos clínicos da vacina, ter ganhado do governador de São Paulo.

Sem apresentar provas, o chefe do Executivo federal disse que a vacina chinesa causa “morte, invalidez e anomalia”. O comentário escancara mais uma disputa política entre Doria e Bolsonaro em meio à grave crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

“Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Doria queria obrigar todos os paulistanos a tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha”, escreveu, em rede social, ao responder o comentário de um usuário.

Sinovac confiante

Após a Anvisa suspender temporariamente os testes com a Coronavac, a Sinovac Biotech disse estar “confiante na segurança da vacina”.

Em nota, a Sinovac informou ter conversado com o responsável pelo Instituto Butantan, que não acredita numa relação entre a morte e o imunizante.

Por fim, a empresa chinesa disse que os estudos clínicos são feitos de acordo com as exigências do Good Clinical Practice (GCP, boas práticas clínicas, em tradução livre).

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