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“Sigo neste governo até o fim”, diz Mourão após ruídos de renúncia

Alvo de críticas de Bolsonaro, o vice-presidente teria sido aconselhado por aliados a renunciar ao cargo

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Mourão e presidente Jair Bolsonaro durante “Cerimônia de anuncio Caixa Patrocínio ao Esporte Brasileiro”. Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles
1 de 1 Mourão e presidente Jair Bolsonaro durante “Cerimônia de anuncio Caixa Patrocínio ao Esporte Brasileiro”. Fotos: Rafaela Felicciano/Metrópoles - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), usou as redes sociais neste sábado (31/7) para garantir a permanência no governo até o fim do mandato. “Nunca abandonei uma missão, não importam as intercorrências, sigo neste governo até o fim”, escreveu ele no Twitter.

Segundo apuração da CNN, no início da semana, um general da reserva aconselhou Mourão a renunciar ao cargo.

Mourão, porém, teria respondido que ainda não seria o momento para deixar o governo. De acordo com a CNN, Mourão deverá ter uma conversa a sós com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nos próximos dias para demonstrar seu incômodo.

A relação do presidente com o vice, estremecida há meses, teve uma escalada após um comentário de Bolsonaro feito na última segunda-feira (26/7). Em entrevista à Rádio Arapuan, da Paraíba, Bolsonaro o comparou com um cunhado indesejado. O general estava em viagem oficial a Lima, no Peru, representando o presidente.

“O Mourão faz o seu trabalho, tem uma independência muito grande. Por vezes aí atrapalha um pouco a gente, mas o vice é igual cunhado, né. Você casa e tem que aturar o cunhado do teu lado. Você não pode mandar o cunhado embora. Então, estamos com Mourão, sem grandes problemas, mas o cargo dele é muito importante para agregar aí… Dele, não, o cargo de vice é muito importante para angariar simpatias quer seja para candidatura à Presidência, governador ou prefeito”, declarou Bolsonaro.

Recentemente, Mourão chegou a dizer que “sente falta” de se reunir com o mandatário do país. No início do mês, Bolsonaro disse que “vice bom é aquele que não aparece”.

Mourão já admitiu que não deve integrar a chapa do presidente Bolsonaro na reeleição em 2022. Como alternativa, o general estuda ser candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul. Ele não precisa se desincompatibilizar do cargo de vice para disputar as eleições.

Na hipótese de renúncia ao cargo de Mourão até o término do atual mandato, o sucessor direto de Bolsonaro passa a ser o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que tem sob sua mesa o poder de decidir sobre o impeachment.

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