Renan inclui diretor da Prevent Senior na lista de investigados da CPI

Relator do colegiado também anunciou que encaminhará o dossiê obtido pela comissão à Procuradoria de Justiça de São Paulo

atualizado 22/09/2021 16:19

Diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior Pedro França/Agência Senado

O relator da CPI da Covid-19, senador Renan Calheiros (MDB-AL), comunicou, nesta quarta-feira (22/9), que incluirá, na lista de investigados do colegiado, o nome do médico Pedro Benedito Batista Júnior, diretor executivo da Prevent Senior.

O parlamentar afirmou ainda que encaminhará à Procuradoria de Justiça de São Paulo o dossiê obtido pela CPI, no qual constam denúncias feitas por ex-médicos da empresa contra a operadora.

“Estes fatos aconteceram lá e há um desejo do Ministério Público de São Paulo de levantar essas circunstâncias”, declarou o senador.

A Prevent Senior é acusada de ministrar medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19 em pacientes da doença que procuraram atendimento em hospitais vinculados à operadora. Algumas denúncias mencionam que uma parte dos infectados era medicada com esses fármacos, mesmo sem o devido consentimento.

“Mentiroso”

O representante da operadora negou todas as acusações. Benedito disse que o dossiê entregue à CPI é “mentiroso” e que os autores do documento são “criminosos”. O diretor apontou suposta alteração de dados da empresa por ex-funcionários.

“Ex-médicos da Prevent manipularam dados de uma planilha interna de acompanhamento de pacientes para tentar comprometer a operadora. Esses profissionais, então, já desligados, passaram a acessar e editar o referido arquivo, culminando no compartilhamento da advogada Bruna Morato, em 28 de agosto”, afirmou Pedro Benedito.

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Bruna Morato é a advogada que teria, supostamente, apresentado à CPI as denúncias de irregularidades nos estudos conduzidos pela operadora.

A empresa, conforme revelou o Metrópolesteria o protocolo de administrar medicamentos – como cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina – sem comprovação de eficácia para o tratamento da Covid-19. O governo federal teria conhecimento da prática.

O protocolo foi desenvolvido com a ajuda de pelo menos um membro do gabinete paralelo, que aconselhou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na condução da pandemia.

Pedro Benedito qualifica o dossiê apresentado à CPI da Covid como “uma peça de horror”. “Produzida a partir de dados furtados de pacientes, sem qualquer autorização expressa, o que configura crime e precisa ser investigado”, afirmou.

“Esses dados precisaram ser manipulados para deturpar a real conduta de mais de 3 mil médicos e para que, dessa maneira, pudessem ser utilizados para atacar uma empresa idônea. Acusadores nunca levaram os dados à Justiça, sempre tentaram ferir a imagem da empresa com denúncias anônimas na imprensa. E, posteriormente, buscavam contato com nosso setor jurídico para firmar acordos”, assegurou o diretor.

Coação

Além disso, a operadora de saúde é acusada de ter coagido médicos para que adotassem o protocolo de aplicar as drogas em pacientes, sem o conhecimento deles ou dos familiares. A empresa também é suspeita de ter ocultado, em estudo sobre a cloroquina, o número de mortes de pessoas em tratamento contra a Covid-19.

O estudo foi apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e por seus filhos, senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) nas redes sociais. Posteriormente, os parlamentares apagaram as publicações.

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