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Queiroga quer fim de “polêmica” sobre doses distribuídas e aplicadas

O ministro disse que pediu mudança na comunicação do governo: “Precisamos passar uma mensagem harmônica”

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Marcelo Queiroga
1 de 1 Marcelo Queiroga - Foto: Reprodução

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta segunda-feira (26/4) que a pasta vai mudar a forma de divulgar o número de vacinas contra a Covid-19 distribuídas pelo governo aos estados e o número de doses aplicadas. Segundo o ministro, ele pediu para a área de comunicação que a diferença tem gerado “polêmicas”, e isso será alterado.

“O fato é que essa disparidade de doses distribuídas e aplicadas tem gerado muita polêmica em rede social, e tudo que nós não precisamos nesse momento é polêmica. Precisamos passar uma mensagem harmônica”, disse o ministro.

Queiroga participa de uma audiência pública no Senado, no âmbito da Comissão Temporária da Covid-19, para debater o Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.

“Se os senhores puderem observar os ‘vacinômetro’ (painel com a divulgação do ritmo da vacinação no Brasil), que está disponível em todas as capitais, temos mais de 57 milhões de doses distribuídas e cerca de 37 milhões de doses aplicadas”, informou o ministro.

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Ou seja, há uma diferença de cerca de 20 milhões. “Isso, em si, já gera uma certa questão que eu pedi até ao nosso pessoal de comunicação para fazer uma mudança, para que a gente não gere tanto calor em relação a essa questão da vacina”, disse Queiroga.

“Gera uma discussão: Essas doses, onde elas estão? O que houve? Não aplicou?”, exemplificou o ministro.

Diferença de posicionamento

A postura do ministro vai de encontro a que o próprio presidente da Repúbica, Jair Bolsonaro, tem adotado. No último mês, Bolsonaro apontou essa diferença entre doses distribuídas e aplicadas em transmissões ao vivo e em conversas com apoiadores, nas quais ele insinua que o governo federal tem feito sua parte, mas os governadores, não.

Com isso, apoiadores do presidente nas redes sociais passaram usar o argumento como forma de culpar gestores estaduais pelo atraso na vacinação.

O intervalo entre os dois fatores também foi alvo de questionamento por parte do Ministério Público Federal (MPF), que acompanha a vacinação. O governador do Piauí, que conduz a questão da vacinação no Fórum Nacional de Governadores, também respondeu publicamente sobre a diferença, apontando as doses que precisam ficar guardadas para garantir a segunda dose.

Queiroga, na audiência, mostrou explicações para essa diferença. a fim de desfazer a divergência. E colocou como exemplo um retardo de 10 dias para a distribuição das doses.

“A maior parte dessas doses foram aplicadas. Algumas são D2 (segunda dose), que estão guardadas, algumas não chegaram ao município porque há um retardo de cerca de 10 dias para que essas doses, uma vez entregues, sejam distribuídas para os municípios”, destacou.

Isolamento

Em sua fala inicial, o ministro ainda tocou em outros pontos divergentes das ações costumeiras de Bolsonaro: o uso de máscaras e o isolamento social.

“Tenho, desde o primeiro dia que assumi o cargo, defendido medidas não farmacológicas, como uso de máscaras, distanciamento social, acompanhadas de campanhas publicitárias orientando a população”, destacou.

A audiência pública ocorre de forma remota e tem como finalidade debater questões relacionadas ao Plano Nacional de Imunização, como o cumprimento dos prazos previstos para a vacinação no país, além de discutir sobre medidas de combate à pandemia.

Criada em fevereiro, a comissão temporária tem como objetivo acompanhar as questões de saúde pública relacionadas ao coronavírus. É composta por 12 membros titulares e igual número de suplentes, a comissão conta com prazo de 120 dias de funcionamento.

O presidente do colegiado e o vice-presidente são os senadores Confúcio Moura (MDB-RO) e Styvenson Valentim (Pode-RN).

Ritmo

Ao falar das constantes mudanças nos prazos de vacinação, o ministro respondeu não reduziu metas de vacinação. Segundo ele, a mudança ocorreu devido a retirada das vacinas que ainda não tiveram aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Então havia lá uma previsão de 20 milhões de doses da vacina Covaxin, que não obteve o registro da Anvisa ainda. E nós retiramos, porque fica criando uma falsa expectativa na população brasileira. Se a vacina for autorizada pela Anvisa, nós vamos novamente colocá-la no calendário e por óbvio a vacinação vai caminhar mais célere”, disse o ministro.

Queiroga apontou que o primeiro lote da vacina contra a covid-19 da Pfizer deve chegar na 5ª feira (29.abr).

“Temos trabalhado fortemente para conseguir mais doses. Chegará primeiro lote da vacina da Pfizer no dia 29 no aeroporto de Viracopos. São doses prontas e o Ministério da Saúde já organizou a logística para essa vacina, que tem a peculiaridade em relação à cadeira de frio. Temos capacidade para aplicar a vacina da Pfizer com bastante segurança”.

Apelo

Queiroga, pediu aos governadores que respeitem o PNI na definição dos grupos prioritários.

“É até um apelo que eu faço. Nós sabemos que no afã de contribuir com a vacinação, às vezes se pressiona para botar um grupo prioritário ou outro, que todos têm razão (…) Mas às vezes isso atrapalha o nosso PNI”.

No entanto, a própria pasta já teve posições diferentes em relações a orientação de guardar ou não doses do imunizante para a aplicação da segunda dose. Segundo Queiroga, a pasta publicará uma nota técnica sobre esse atraso na vacinação da 2ª dose da CoronaVac.

“A aplicação da 2ª dose tem sido impedida por governadores e prefeitos e agora, em face do retardo de insumo vindo da China ao Instituto Butantan, há uma dificuldade na aplicação desta dose”.

Kit intubação

Queiroga disse aos senadores que em breve anunciará uma nova remessa de remédios do “kit intubação”.

“O Ministério da Saúde abriu um pregão nacional e internacional sem fixação de preço. E estamos negociando com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde). E a curto prazo nós vamos anunciar também uma remessa desses insumos vindos dos Estados Unidos”, disse Queiroga.

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