metropoles.com

Queiroga coloca crítico da cloroquina em equipe de combate à Covid

Professor da USP, Carlos Carvalho é um dos maiores críticos à principal bandeira do presidente Bolsonaro, o tratamento precoce

atualizado

Compartilhar notícia

HCFMUSP
Carlos Carvalho, Diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor) do HCFMUSP
1 de 1 Carlos Carvalho, Diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração (InCor) do HCFMUSP - Foto: HCFMUSP

O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chamou para a equipe de protocolos para o combate à Covid-19 um dos principais críticos ao tratamento precoce com cloroquina, o especialista Carlos Carvalho.

O uso da cloroquina no combate ao vírus é uma bandeira ferrenhamente defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Durante a coletiva de imprensa com Queiroga, na quarta-feira (24/3), realizada no Palácio do Planalto, o nome de Carlos Carvalho foi anunciado pelo chefe da pasta, para coordenar um grupo de protocolos contra o vírus. Segundo a Folha de S. Paulo, a equipe se baseará nas mesmas medidas adotadas pelo Hospital das Clínicas e InCor.

“A falta de organização central e as informações desconexas sobre medicação sem eficácia contribuíram para a letalidade maior na nossa população. Não vou dizer que representa 1% ou 99% (das mortes), mas contribuiu”, disse Carvalho em entrevista à BBC News Brasil.

Por outro lado, mesmo tendo adotado um tom mais brando e convocado um médico para chefiar a Saúde, Bolsonaro insiste em defender o tratamento precoce, já comprovado cientificamente ineficaz contra o novo coronavírus. Na sexta-feira (19/3), por exemplo, o mandatário do país voltou a defender publicamente a chamada “nebulização da hidroxicloroquina”.

Questionado pela Folha sobre o cargo, Carvalho disse que ajudará Queiroga neste momento crítico, mas que não fará parte do ministério e não terá cargo específico.

“Coordeno a teleUTI do InCor HCFMUSP [Hospital da Faculdade de Medicina da USP], tendo realizado mais de 7 mil atendimentos em diferentes hospitais públicos do estado de SP. Nesse sentido, capacitação de equipes e teleconsultoria, disse que poderia contribuir”, afirmou o professor.

Compartilhar notícia