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Bolsonaro defende nebulização da hidroxicloroquina para tratar Covid

“No Brasil, virou um tabu” falar sobre tratamento precoce, disse, em entrevista à Rádio Acústica

atualizado

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Reprodução/Redes sociais
Bolsonaro exibe cloroquina na live
1 de 1 Bolsonaro exibe cloroquina na live - Foto: Reprodução/Redes sociais

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) entrou ao vivo em um programa de rádio, na manhã dessa sexta-feira (19/3), para defender o tratamento precoce contra a Covid-19 e a chamada “nebulização da hidroxicloroquina”.

No último dia 2, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que a hidroxicloroquina não funciona no tratamento da doença. Além disso, o medicamento pode causar efeitos adversos no paciente.

“Nós temos uma doença que é desconhecida, com novas cepas, e pessoas estão morrendo. Os médicos têm o direito, ou o dever, de que, no momento que falta um medicamento específico para aquilo com comprovação científica, ele pode usar o que se chama de off-label – fora da bula”, disse o presidente, à Rádio Acústica.

Bolsonaro citou o caso da médica Eliane Scherer, que teria usado a técnica de nebulização da droga no tratamento do vereador e ex-prefeito de Dom Feliciano (RS), Dalvi Soares de Freitas. O político estava internado no Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã (RS).

Segundo apuração do jornal Gaúcha ZH, a médica foi demitida após tratar o político, pois adotou uma técnica não prevista em protocolos de saúde e, além disso, teria colocado em risco a vida de outros pacientes por ter feito a nebulização em ambiente aberto.

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O caso estourou. A médica e o vereador passaram a defender publicamente o tratamento, mas, ainda segundo apuração do jornal gaúcho, profissionais que também atenderam Dalvi disseram que outras medicações foram usadas e que, portanto, não é possível creditar o resultado à nebulização.

“Até conversei com a doutora agora a pouco, conversei com o vereador também, o vereador Dalvi, e ele estava, falou que estava em uma situação complicada, sentindo a morte do teu lado. E a doutora me disse, e eu já tinha comprovado isso também, e não é dela, ela falou muito humildemente que não é uma ideia dela, a questão da nebulização. A primeira vez que eu ouvi falar disso foi lá no estado do Amazonas”, disse Bolsonaro.

“Agora, aqui no Brasil, a pessoa é criminalizada quando tenta uma alternativa para salvar quem está em estado grave – e quem está em estado grave e uma vez é intubado, chega próximo a 70% que não há mais retorno, vai à óbito”, prosseguiu o presidente, durante a ligação.

O chefe do Executivo federal alegou também que, quando foi diagnosticado com a Covid-19, em julho do ano passado, tomou hidroxicloroquina e ficou “perfeitamente bem” já no dia seguinte.

“É impressionante, eu converso com muita gente idosa, né… ‘Estou tomando regularmente ivermectina, e eu e minha família, ninguém se contaminou’. Então, parece que ivermectina é preventiva e quando você contrai, ela serve para curar a doença também”, disse.

“Eu não sei porque fogem disso, não tem necessidade. E para salvar vidas vale qualquer coisa. Agora, nós sabemos que a vacina é um custo bilionário para o mundo todo e parece que grupos interessados em investir apenas na vacina é que deixam de lado a questão do tratamento preventivo que existe, no caso, né, e também aquele, o tratamento logo após a contração da doença”, finalizou Bolsonaro.

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