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Primeiro debate das eleições de 2018 promete críticas a Temer

Encontro não deve ter presença do candidato do PT, apesar de a campanha do ex-presidente Lula ter pedido à Justiça para participar

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
MICHEL TEMER
1 de 1 MICHEL TEMER - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Em meio ao clima de incerteza nas campanhas sobre a eficiência de ataques diretos a adversários, o primeiro debate presidencial das eleições 2018 na televisão deverá ser permeado de críticas ao governo do presidente Michel Temer. O confronto está agendado para as 22 horas desta quinta-feira (9/8), pela TV Bandeirantes.

O candidato pelo PSL, Jair Bolsonaro, trabalha com a expectativa de que ele seja alvo dos ataques no debate. Ele disse que usará o espaço para mostrar “o que pretende fazer para o Brasil”. Ele pretende seguir nesta linha, independentemente do que lhe for perguntado.

“O cara pode perguntar de abóbora e eu responder só abacaxi”, disse Bolsonaro nesta semana, quando questionado sobre seu plano para o debate.

Ciro, por sua vez, não economizará nas respostas, de acordo o presidente do PDT, Carlos Lupi. “A gente não leva desaforo para casa”, disse o dirigente. Lupi ponderou que Ciro pretende usar debates e outros eventos eleitorais para compensar o tempo escasso no horário eleitoral gratuito no rádio e na TV. Ainda assim, aproveitou para alfinetar o tucano Geraldo Alckmin ao falar sobre a partilha de tempo no horário eleitoral. “Acredito que Alckmin vai fazer igual Ulysses Guimarães em 1989 – vai ter tempo de TV demais, mas é um sonífero bom”, disse.

Apesar de parte das campanhas trabalharem com a expectativa de que Alckmin poderia protagonizar um embate com Bolsonaro, a campanha do tucano nega que a ideia seja partir para o confronto.

Como relatou Vera Magalhães, nesta quarta-feira (8/8), o clima nos partidos é de insegurança sobre a melhor estratégia para atacar o primeiro colocado nas pesquisas (Bolsonaro), quando se retira do cenário o ex-presidente Lula.

“Não vamos ficar em cima de candidato. O Brasil tem que discutir como aprovar as reformas, não embate pessoal”, diz o coordenador do programa de governo tucano, Luiz Felipe D’Ávila.

Debate paralelo
O debate da Band, o primeiro entre presidenciáveis nas eleições 2018, não deverá ter a presença do candidato do PT, apesar de a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva ter ingressado com um mandado de segurança pedindo ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) autorização para participar.

O partido decidiu registrar a chapa encabeçada por Lula – condenado e preso na Operação Lava Jato – com o ex-prefeito e virtual plano B do partido Fernando Haddad na vice.

Embalado pelo discurso de que Lula deveria estar presente no evento, o PT decidiu realizar uma transmissão paralela pela internet com Haddad. No vídeo, o ex-prefeito vai comentar o que os candidatos disseram na Band.

O PT deve investir no discurso crítico contra o governo Temer para atingir adversários. A ideia é associar Alckmin a Temer, sob o argumento de que os partidos do Centrão, que fecharam com o tucano, estão na base do atual governo e endossam medidas impopulares, como a reforma da Previdência e o teto dos gastos públicos.

Para tentar neutralizar essa estratégia, a campanha tucana vai sustentar que uma aliança ampla é a condição para a aprovação de reformas. “Reforma se aprova com o voto da maioria do Congresso. Sem aliança não dá para fazer o que propomos”, disse D’Ávila.

O discurso crítico a Temer deve ter ressonância também nas falas de Ciro ou ainda na exposição da ex-senadora Marina Silva. No caso da candidata da Rede, a ideia é usar o assunto para atacar a polarização histórica entre PT e PSDB.

De acordo com interlocutores, ela dirá que ambos os partidos – e as legendas de ‘centro’ que os acompanham –, são parte do problema pelo qual passa a democracia brasileira. Marina também tentará capitalizar com a desistência de Manuela D’Ávila (PCdoB), que aceitou ficar no banco de reservas para depois assumir posteriormente a vice na chapa presidencial petista. Nesse caso, Marina tentará fazer “saltar aos olhos” o fato de ser a única mulher entre debatedores.

Candidatos desconhecidos
Com o desafio de despistar das críticas a Temer durante o debate, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles tentará usar o espaço para se apresentar ao eleitor. O emedebista, que segue sem conseguir decolar nas pesquisas, voltará a investir no discurso de que integrou também outros governos – inclusive os petistas – de forma a se desvincular da marca de candidato do governo. Também vai reforçar o lema “chama o Meirelles”, ao afirmar que foi chamado a ajudar em momentos difíceis e contribuiu para que o país saísse melhor de situações desafiadoras.

Alvaro Dias, do Podemos, também tentará usar o debate para tentar ganhar visibilidade. Senador e ex-governador do Paraná, ele tem como desafio se tornar conhecido fora do sul do país, onde se concentra a maior parte de suas intenções de voto. “O que mais escuto na rua é que as pessoas ainda não sabem que sou candidato. Agora, nós podemos chegar a todo o país”, afirmou.

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