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Presidência tem 108 funcionários com Covid-19, revela Planalto

Em nota, Secretaria-Geral da Presidência informou que orientações médicas sobre o assunto têm sido “amplamente divulgadas” aos servidores

atualizado

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Raimundo Sampaio/Esp. Metrópoles
Brasília (DF), 23/07/2019 Fachada do Palácio do Planalto Foto:
1 de 1 Brasília (DF), 23/07/2019 Fachada do Palácio do Planalto Foto: - Foto: Raimundo Sampaio/Esp. Metrópoles

A Secretaria-Geral da Presidência da República informou que até o dia 3 de julho deste ano 108 funcionários do Palácio do Planalto foram diagnosticados com a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Em nota divulgada na noite desta terça-feira (7/7), a pasta disse que o número corresponde a 3,8% do total de servidores da Presidência, que hoje conta com quase 3.400 funcionários.

“Não houve mortes e mais de 90% desses casos foram assintomáticos ou apresentaram apenas sintomas leves”, informou.

A manifestação do Palácio do Planalto ocorre após questionamentos sobre quais procedimentos estão sendo adotados para a segurança e o bem-estar dos servidores da Presidência durante a pandemia do coronavírus, principalmente depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter sido diagnosticado com Covid-19.

No documento (leia a íntegra no fim da reportagem) encaminhado à imprensa, a Secretaria-Geral afirmou que não há protocolo médico, do Ministério da Saúde ou da Organização Mundial da Saúde que recomende medida de isolamento pelo contato com casos positivos.

Segundo a pasta, a orientação, caso haja contato com casos confirmados, é que a assistência médica seja procurada se os servidores apresentarem sintomas do novo coronavírus.

“Não há protocolo médico, seja do Ministério da Saúde ou da OMS, que recomende medida de isolamento pelo simples contato com casos positivos. A orientação que damos aos servidores é procurar assistência médica quando apresentarem sintomas relacionados à Covid-19, para avaliar necessidade de testagem. Nos casos considerados suspeitos, os servidores são orientados a ficar em casa até o resultado do exame”, assinalou em trecho da nota.

Bolsonaro com Covid-19

O presidente Jair Bolsonaro anunciou no início da tarde desta terça que seu exame para verificar se contraiu a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, deu positivo.

Veja o exame, feito por uma unidade do laboratório Sabin, em Brasília, aqui.

Este foi o quarto exame do chefe do Executivo para verificar se está com a doença — os outros três haviam dado negativo.

A diferença desse dos demais é que, no exame divulgado nesta terça, consta o nome do próprio presidente Bolsonaro. Nas ocasiões passadas, quando submetido aos exames, Bolsonaro optou por omitir o nome para, segundo ele, preservar sua identidade e segurança.

Metrópoles questionou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República sobre a mudança no protocolo e aguarda resposta.

Agenda presidencial

Com o diagnóstico positivo, o presidente Jair Bolsonaro passa a despachar diretamente do Palácio da Alvorada até que esteja apto para retornar ao Palácio do Planalto.

Para esta semana, duas viagens presidenciais estavam previstas. Com o resultado positivo, Bolsonaro cancelou visitas à Bahia e a Minas Gerais. No Alvorada, ele ainda deve receber auxiliares para assinar alguns despachos.

A previsão é de que o presidente faça um novo teste no início da próxima semana para verificar se criou anticorpos contra a Covid-19 e se está livre da doença.

Ao anunciar que havia contraído o novo coronavírus, o presidente afirmou que chegou a ter febre de 38ºC, mas que a temperatura começou a ceder ainda nessa segunda-feira (6/7). Ele também relatou ter sentido mal-estar e cansaço, mas que agora está se sentindo “perfeitamente bem”.

O presidente ainda afirmou ter tomado hidroxicloroquina, apesar de não existir comprovação científica da eficácia da substância para o novo coronavírus.

Bolsonaro tem 65 anos e faz parte da faixa etária considerada por especialistas como grupo de risco da Covid-19.

Sintomas no dia anterior

Nessa segunda-feira, Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto no fim da tarde, às 17h42, e chegou ao Palácio da Alvorada por volta das 18h25. O trajeto entre os dois pontos costuma levar entre 5 e 10 minutos. Nesse intervalo, foi ao Hospital das Forças Armadas (HFA) para testar se contraiu o vírus.

Ao chegar ao Alvorada, Bolsonaro disse a apoiadores que teria de manter distanciamento social e que estava “evitando” contato, pois havia acabado de voltar do hospital.

“Tô evitando [contato], que eu vim do hospital agora. Fiz uma chapa [raio-X] no pulmão, tá limpo. Fui fazer o exame da Covid agora há pouco, mas tá tudo bem”, disse.

De acordo com a agenda presidencial, Bolsonaro se encontrou com pelo menos seis ministros de seu governo na segunda. Foram eles: os ministros Paulo Guedes (Economia), Braga Netto (Casa Civil), Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e José Levi Mello (Advocacia-Geral da União).

Além disso, o presidente recebeu, em seu gabinete no Palácio do Planalto, o presidente do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), Marcos Heleno Guerson de Oliveira Junior, o vice-presidente da NTC&Logística, Roberto Mira, e o secretário especial da Cultura, Mário Frias.

Bolsonaro já fez outros três testes para detecção do coronavírus e chamou o vírus de “gripezinha”.

Em maio, o jornal “O Estado de S. Paulo” entrou com uma ação na Justiça para ter acesso aos exames do presidente. O governo entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) laudos dos três exames, todos com resultado negativo.

Leia a íntegra da nota

NOTA À IMPRENSA

​Brasília, 07/07 – Diante dos diversos questionamentos sobre os procedimentos adotados pela Presidência da República durante a pandemia da Covid-19, informamos:

As orientações médicas relacionadas ao combate ao novo coronavírus têm sido amplamente divulgadas aos servidores da Presidência da República, por meio dos diversos canais de comunicação disponíveis. Dentre essas orientações, ressaltamos as relacionadas à higienização das mãos, uso correto de máscaras, distanciamento social, implementação do trabalho remoto (em especial, para os servidores considerados em grupo de risco) e do rodízio de funcionários, intensificação da limpeza de instalações e equipamentos etc.

Com a aquisição adicional de dispenser para álcool em gel para todas as dependências do Palácio do Planalto, seus Anexos e adjacências, para assepsia de servidores, colaboradores e visitantes, temos hoje 494 unidades estrategicamente distribuídas. Também foram intensificados os procedimentos de limpeza das áreas comuns, especialmente dos banheiros e das salas dos servidores, mediante a utilização de produtos à base de cloro e álcool, os quais contaram com o aporte de equipamentos tecnológicos de última geração, a exemplo de lavadoras sanitizadoras e secadoras especiais para carpete, que possibilitam maior aproveitamento dos insumos de higienização, bem como a redução da intervenção humana no processo de limpeza.

Não há protocolo médico, seja do Ministério da Saúde ou da OMS, que recomende medida de isolamento pelo simples contato com casos positivos. A orientação que damos aos servidores é procurar assistência médica quando apresentarem sintomas relacionados à Covid-19, para avaliar necessidade de testagem. Nos casos considerados suspeitos, os servidores são orientados a ficar em casa até o resultado do exame.

A Presidência da República está seguindo as orientações do Órgão Central do Sipec (Ministério da Economia) contidas na Instrução Normativa nº 19, de 12 de março de 2020, e alterações, no que se refere ao trabalho remoto. Nesse sentido, não há ainda previsão ou orientação de retorno dos servidores que estão em trabalho remoto para o trabalho presencial.

Até 03/07/2020, do total de quase 3.400 servidores da Presidência da República, existiam 108 casos positivos de Covid-19 (3,8%), com 77 já recuperados e 31 casos em acompanhamento. Não houve mortes e mais de 90% desses casos foram assintomáticos ou apresentaram apenas sintomas leves.

Desse modo, a Secretaria-Geral da Presidência da República ressalta que adota as medidas recomendadas ao enfrentamento do novo coronavírus, de modo a assegurar que o ambiente de trabalho na Presidência da República esteja sempre o mais seguro possível para todos os servidores.

ASSESSORIA ESPECIAL DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

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