metropoles.com

Partidos querem expulsar “infiéis” que absolveram deputados no RJ

Podemos, PSOL e PR iniciaram processo de retaliação a deputados que votaram pela absolvição dos peemedebistas Picciani, Melo e Albertassi

atualizado

Compartilhar notícia

CLEVER FELIX/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
JORGE PICCIANI É CONDUZINDO COERCITIVAMENTE PARA DEPOR NA PF, AO DESEMBARCAR NO RIO
1 de 1 JORGE PICCIANI É CONDUZINDO COERCITIVAMENTE PARA DEPOR NA PF, AO DESEMBARCAR NO RIO - Foto: CLEVER FELIX/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Um dia após a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidir soltar o presidente da Casa, Jorge Picciani, e os deputados estaduais Paulo Melo e Edson Albertassi, todos do PMDB, três partidos iniciaram processos de expulsão contra pelo menos cinco parlamentares que votaram pela absolvição dos peemedebistas. Podemos, PSol e PR decidiram retaliar os “infiéis” que contrariaram a posição das siglas pela manutenção da prisão dos investigados.

Os políticos foram presos quinta-feira (16/11), após votação unânime do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2). Eles são acusados de lavagem de dinheiro, corrupção, associação criminosa e evasão de divisas. Após um placar de 39 votos a 19, na Alerj, os parlamentares tiveram sua prisão revogada e foram soltos – eles saíram do presídio de Benfica (RJ) cerca de uma hora depois da votação na Assembleia Legislativa. Para que a detenção fosse anulada, era necessária maioria simples dos 70 deputados: 35 votos favoráveis.

O senador Romário (PODE-RJ), presidente estadual da sigla e pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, anunciou em seu perfil oficial no Facebook que a legenda abriu processo de expulsão contra os deputados estaduais Chiquinho da Mangueira e Dica, que votaram pela absolvição de Picciani e seus correligionários. “Não podemos admitir que decisões como esta dos deputados estaduais do Podemos sejam tomadas sem uma avaliação severa pela Executiva”, afirmou Romário.

O senador informou que a decisão tem o apoio da presidente nacional do partido, a deputada federal Renata Abreu (SP), e do também senador e pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Álvaro Dias (PR). “Que isso sirva de exemplo para todos que ainda praticam corrupção e outras sacanagens da política velha”, criticou Romário.

Em nota divulgada na sexta (17) à noite, o PSol informou o imediato afastamento e a abertura do processo de expulsão do deputado estadual Paulo Ramos, que votou a favor dos políticos detidos. O partido afirmou que o parlamentar “já vinha se desligando da bancada do PSol” e que tomou uma “atitude inaceitável” ao contrariar o direcionamento da sigla. “Desta forma, o deputado se colocou ao lado da máfia dos transportes, das empreiteiras e de todos aqueles que saquearam o estado do Rio de Janeiro nas últimas décadas”, manifestou-se a legenda.

De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, o PR também pretende expulsar os deputados Renato Cozzolino e Nivaldo Mulim, por contrariarem a orientação partidária e votarem pela revogação da prisão. Bruno Dauaire, que se absteve durante a votação, também deve ter o seu caso analisado pelo Conselho de Ética da legenda.

Os deputados estaduais foram denunciados pelo Ministério Público Federal (MPF) por supostamente usar a Assembleia Legislativa para praticar os crimes dos quais são acusados. Picciani, Melo e Albertassi foram alvos da Operação Cadeia Velha, desdobramento da Lava Jato.

Compartilhar notícia