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Para Bolsonaro, CPI da Covid gera conflito: “É o que não precisamos”

O presidente disse a apoiadores que considera a atitude do ministro Luiz Roberto Barroso uma interferência indevida no Senado

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Presidente Bolsonaro chega ao palácio da Alvorada e conversa com apoiadores sem máscara
1 de 1 Presidente Bolsonaro chega ao palácio da Alvorada e conversa com apoiadores sem máscara - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou da decisão do ministro Luiz Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar ao Senado, na noite desta quinta-feira (8/4), a instalação da CPI da Covid-19. Para o presidente, a medida provoca conflito e é, segundo ele, o que o país não precisa agora.

“Temos decisões acontecendo, você sabe qual é a minha opinião. O Brasil está sofrendo demais e o que nós menos precisamos é de conflito. Da minha parte, você sabe a minha opinião”, reagiu Bolsonaro, em encontro com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada.

O chefe do Executivo federal disse que considera a atitude de Barroso uma interferência indevida no Senado e foi além: “Não há duvida que há uma interferência do Supremo em todos os poderes”.

O presidente ainda insinuou que o Senado poderia, em contrapartida, colocar em tramitação pedidos de impeachment contra ministros do STF. “No Senado, tem pedidos de impeachment de ministro do Supremo”, insinuou Bolsonaro.

O presidente questionou o porquê da decisão do ministro Barroso ser contrária ao governo federal e não se preocupar em investigar os governadores, que, na sua opinião, desrespeitam a Constituição e promovem “estado de sítio” ao decretarem medidas restritivas contra a pandemia de Covid-19. “Por que não investigam também as ações dos estados e municípios?”, questionou.

Dentro das 4 linhas

“Respeito completamente a nossa Constituição, não tem um pingo fora das quatro linhas da mesma. A vantagem é que a gente vê que a população, de uma maneira geral, cada vez mais se conscientiza, se interessa por política, debate, discute. Agora, seria bom se todo mundo jogasse dentro das quatro linhas, tá ok?”, completou.

“Orçamento a gente conversa. Converso com lideranças da Câmara, do Senado, a Flávia Arruda, que é a nova ministra [Secretaria de Governo], hoje conversei com o Paulo Guedes. E vamos buscar uma solução. Não adianta criticar e acusar, buscar responsáveis. Está feito o Orçamento. O que tiver porventura de excesso, vamos buscar uma solução”.

“Esteve pior há poucos dias, está abrindo o céu aí. Daqui a pouco a gente realmente chega a uma solução”, arrematou.

Inércia

A decisão do ministro Barroso atende a pedido formulado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que questionam a inércia do presidente do Senado e do Congresso, em avaliar o requerimento pela investigação, apresentado há 64 dias, no início de fevereiro.

Para os senadores, a fala evidencia a “resistência pessoal” do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), sobre a abertura da CPI. “Não há qualquer justificativa plausível para a não instalação da CPI”, criticam.

“Inoportuna”

Após receber a notícia da decisão do STF, ordenando que o Senado instaure uma CPI para investigar responsabilidades sobre a gestão do enfrentamento à Covid-19, Pacheco disse que cumprirá a decisão, mas criticou a medida, por considerá-la inoportuna.

 

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