metropoles.com

Oposição quer estender pagamento de auxílio emergencial até o final de 2020

Bolsonaro ofereceu duas parcelas de R$ 600. Para líderes, o beneficio deve ter duração por todo período de calamidade devido à pandemia

atualizado

Compartilhar notícia

Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
José Guimarães
1 de 1 José Guimarães - Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Partidos de oposição na Câmara dos Deputados já se preparam para tentar prorrogar até o final deste ano o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600,00 para as pessoas mais vulneráveis diante da pandemia do coronavírus.

Nesta terça-feira (30/06), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou a prorrogação do benefício por mais dois meses, mas a oposição na Câmara quer que a ajuda valha pelo menos até durar o estado de calamidade que foi decretado pelo governo federal até o final de 2020.

O anúncio do governo nesta terça já representa um recuo de Bolsonaro, que tinha como ideia inicial pagar mais três parcelas com o valor reduzido, totalizando R$ 1.200.

A proposta de três parcelas, de R$ 500, R$ 400 e R$ 300, não chegou a ser apresentada oficialmente, mas foi até compartilhada pelo ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Ramos, e ainda comentada pelo próprio presidente em uma de suas transmissões semanais, ao vivo.

Diante de reações e da promessa feitas até pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de elevar o valor das parcelas para R$ 600, Bolsonaro anunciou mais duas partes de R$ 600.

“Estender até o final do ano é uma proposta que já foi conversada na bancada do PSB e todos concordam”, disse o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE, foto em destaque) vai na mesma linha e já apresentou um projeto de lei para isso. “O meu projeto, que é o PL-2357, prorroga o auxílio emergencial até 31 de dezembro ou enquanto perdurar o estado de calamidade”, citou.

“O país não vai suportar a prorrogação em apenas dois meses. É uma medida tímida que não atende à dimensão da crise que o país está vivendo. O que o Bolsonaro está fazendo é uma migalha. Se ele diz que tem algum compromisso com os pobres do Brasil, deveria prorrogar até dia 31 de dezembro de 2020”, observou.

Teste

O tema deveria representar um teste para Bolsonaro que se ocupou nos últimos meses de tentar formar uma base, cedendo cargos no governo para o chamado Centrão. Bolsonaro poderá avaliar se sua recente postura de diálogo com esses partidos realmente funcionará para aprovar as parcelas, tal como pensadas pela equipe econômica.

A base poderá funcionar totalmente, aprovando a ideia da equipe econômica, parcialmente,  com a extensão de algumas parcelas mas sem, no entanto, chegar até o Natal, ou mesmo não funcionará, com a aprovação da proposta da oposição de levar o benefício até 31 de dezembro.

“Evidentemente é uma questão muito sensível. É um tema que diz respeito a milhões de brasileiros. Na hora que engatar a votação, eu não tenho a menor dúvida que vai ter muitos votos para levar até o final do ano. Como vai funcionar o Centrão, eu ainda não sei, mas o ambiente na Câmara hoje é para que a gente aprove até 31 de dezembro,”avaliou Guimarães. \

Coerência

Também o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (RJ), aponta que a necessidade de coerência entre a ajuda às pessoas mais vulneráveis e o decreto de calamidade. Para ele, o presidente está somente apresentando soluções temporárias em vez de buscar um plano eficaz para controlar a crise.

“Bolsonaro continua soluçando, apresentando soluções temporárias, em vez de buscar enfrentar a crise com seriedade. Dois meses são insuficientes. Se o estado de calamidade dura até dezembro, o auxílio emergencial deve acompanhar esse prazo, como defendemos em projeto de lei apresentado na Câmara”, disse Molon.

Molon e mais 45 deputados de partidos de oposição ainda endossaram um projeto de lei, de autoria do deputado João Campos (PSB-PE) que prevê a prorrogação. A proposta aponta em seu texto a necessidade de que o “Estado brasileiro necessariamente deve caminhar rumo a um novo patamar de proteção social. A agenda social precisa ser revista, para abranger as milhões de famílias vulneráveis à pobreza que a pandemia evidenciou”, destaca o texto.

0

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?