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Oposição pedirá investigação do MPF sobre propina no Ministério da Saúde

Líderes contrários ao governo também incluirão a denúncia no pedido de impeachment a ser apresentado nesta quarta-feira, na Câmara

atualizado

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Grupo de deputados de oposição anunciam recurso ao STF contra primeiro ato de Arthur Lira
1 de 1 Grupo de deputados de oposição anunciam recurso ao STF contra primeiro ato de Arthur Lira - Foto: Reprodução

O líder da Minoria na Câmara, deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), informou, por meio das redes sociais, que a oposição vai pedir ao Ministério Público Federal (MPF) uma investigação sobre o diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias.

De acordo com reportagem publicada nesta terça-feira (29/6) pelo jornal Folha de S.Paulo, Roberto Dias é acusado de cobrar US$ 1 por cada dose de vacina em negociação com representante de empresa interessada em vender 400 milhões de doses da Astrazeneca.

A oposição também pedirá a investigação de outras autoridade do governo, de acordo com Freixo.

“Eu e os demais líderes da oposição estamos acionando o MPF para que o diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias, acusado de cobrar propina para comprar vacina, seja investigado e as demais autoridades envolvidas sejam identificadas. Todos têm que ser rigorosamente punidos.”

O líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (RJ) também usou as redes sociais para cobrar apuração. “Investigação já”, enfatizou Molon.

Molon, por meio de nota, endossou a necessidade de investigação urgente e defendeu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

“A cada momento surgem novas e mais graves denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid pelo governo Bolsonaro. É revoltante descobrir que a resistência à compra de vacinas era, no fundo, uma forma de criar dificuldades para vender facilidades. Tudo isso com a inaceitável consequência de causar centenas de milhares de mortes de brasileiros. Isso só reforça a necessidade de afastar Bolsonaro da presidência e de fazer com que todos os envolvidos respondam perante a Justiça pela corrupção e pelas mortes que causaram. Por isso, amanhã apresentaremos novo pedido de impeachment e uma denúncia ao Ministério Público.”

O líder da oposição, também classificou a denúncia como gravíssima e defendeu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
“Não foi só negligência! Foi corrupção! A demora na aquisição de vacinas tinha um objetivo oculto e cruel: ganhar em cima do imunizante que salvaria a vida dos brasileiros! Impeachment de Bolsonaro já!

Entenda

O representante da empresa de vacinas Davati Medical Supply, Luiz Paulo Dominguetti Pereira, afirmou que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde. A informação foi revelada à repórter Constança Rezende, do jornal Folha de S. Paulo.

A proposta teria partido do diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, durante um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, região central da capital federal, no dia 25 de fevereiro.

Roberto Dias foi indicado ao cargo pelo líder do governo de Jair Bolsonaro na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR). Sua nomeação ocorreu em 8 de janeiro de 2019, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM). A Folha buscou, sem sucesso, contato com Dias na noite desta terça. Ele não atendeu as ligações.

A empresa Davati buscou a pasta para negociar 400 milhões de doses da vacina Astrazeneca com uma proposta feita de US$ 3,5 por cada (depois disso passou a US$ 15,5). “O caminho do que aconteceu nesses bastidores com o Roberto Dias foi uma coisa muito tenebrosa, muito asquerosa”, disse Dominguetti.

Proposta

“Aí ele me disse que não avançava dentro do ministério se a gente não compusesse com o grupo, que existe um grupo que só trabalhava dentro do ministério, se a gente conseguisse algo a mais tinha que majorar o valor da vacina, que a vacina teria que ter um valor diferente do que a proposta que a gente estava propondo”, afirmou à Folha o representante da empresa.

Dominguetti deu mais detalhes: ​”A eu falei que não tinha como, não fazia, mesmo porque a vacina vinha lá de fora e que eles não faziam, não operavam daquela forma. Ele me disse: ‘Pensa direitinho, se você quiser vender vacina no ministério tem que ser dessa forma”.

A Folha perguntou então qual seria essa ‘forma’. “Acrescentar 1 dólar”, respondeu. Segundo ele, US$ 1 por dose. “E, olha, foi uma coisa estranha porque não estava só eu, estavam ele [Dias] e mais dois. Era um militar do Exército e um empresário lá de Brasília”, ressaltou Dominguetti.

Questionado se teria certeza de que o encontro foi com o diretor de Logística do ministério, Dominguetti respondeu: “Claro, tenho certeza. Se pegar a telemetria do meu celular, as câmeras do shopping, do restaurante, qualquer coisa, vai ver que eu estava lá com ele e era ele mesmo”.

“Ele [Dias] ainda pegou uma taça de chope e falou: ‘Vamos aos negócios’. Desse jeito. Aí eu olhei aquilo, era surreal, né, o que estava acontecendo.”

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