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Mourão confirma busca pelo Centrão e ataca forma da saída de Moro

Segundo o vice, a crise do coronavírus obrigou o presidente a recorrer a líderes dos partidos para garantir estabilidade

atualizado

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1 de 1 mourão-com-bial - Foto: reprodução/TV Globo

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRB), disse, nesta segunda-feira (27/04), que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mudou de tática para tentar, a partir de agora, formar uma base de sustentação no Congresso e adotou um diálogo “mais cerrado” com os partidos. Segundo o vice, com as recentes buscas pelas lideranças dos partidos do chamado “centrão”, o presidente abandona o “pragmatismo” e ideias reformistas, e passa a buscar os políticos com o objetivo de garantir estabilidade.

“Julgo que essa concertação funcionou no início, até o final do ano passado”, disse o vice. “Mas a partir do fim do ano passado e começo deste ano, essa situação do coronavírus obrigou o presidente a buscar uma nova forma de diálogo com o Congresso, de modo que ele encontre uma base que lhe dê certa estabilidade”, disse o vice.

“Queria deixar claro, que dentro da minha cultura, a forma como o ex-ministro [Sergio] Moro saiu, não é a mais apropriada. Ele poderia simplesmente ter solicitado a sua demissão e só isso já seria um problema para o governo pelas próprias características do Sergio Moro, por tudo aquilo que ele representa ao país”, avaliou.

Mourão, durante a entrevista, chegou a dizer que Moro já fazia parte da “recente mitologia política”, por ter conduzido a Operação Lava Jato e prendido tantos responsáveis por escândalos de corrupção no país.

O vice participou de uma transmissão ao vivo promovida pela consultoria Arko Advice. Ele também negou que tenham ocorrido divergências entre a Casa Civil e o ministro da Economia, Paulo Guedes, na composição do plano Pró-Brasil, anunciado pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto, para uma etapa de retomada econômica pós-pandemia.

Segundo o vice, o que houve foi uma interpretação errônea da imprensa sobre o lançamento do plano.

“Na realidade, houve uma interpretação errônea de alguns companheiros da imprensa de que esse plano teria sido lançado atropelando o Ministério da Economia e tomando a frente.”

O vice ainda comentou a saída de Sergio Moro do governo e apontou como motivo “rusgas”com o modo de pensar do presidente. O general, no entanto, disse não aprovar a atitude de Moro, de convocar a coletiva e falar dos motivos que o levaram a sair do governo. “Gostaria de deixar claro que, dentro da minha cultura, a forma que ele adotou não é mais apropriada. Ele poderia somente ter solicitado sua demissão”, disse o vice.

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