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Mariz deve integrar governo Temer para cuidar de crise penitenciária

O presidente disse que a assessoria terá total independência e que dará ampla cobertura a medidas que Mariz entender necessárias

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Memória EBC/Divulgação
Antônio Claudio Mariz de Oliveira
1 de 1 Antônio Claudio Mariz de Oliveira - Foto: Memória EBC/Divulgação

Consultado pelo presidente Michel Temer, que o quer em sua equipe – na função de assessor especial para Assuntos Penitenciários –, o criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira deve passar o fim de semana estudando a proposta. Até esta sexta-feira (3/3), porém, não parecia propenso a aceitar o cargo. Ele chegou a ser cotado para a Justiça, no lugar de Alexandre de Moraes.

Os dois se encontraram na noite de quinta-feira em uma sala na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. Durante mais de uma hora, Temer deixou claro a Mariz que uma de suas prioridades é encontrar soluções para o caos no sistema prisional – palco de atrocidades no início do ano no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte. O presidente disse que a assessoria terá total independência e que dará ampla cobertura a medidas que Mariz entender necessárias. Com larga experiência na área, o criminalista é apontado como o nome certo para assessorar o presidente em temas penitenciários.

Apesar de honrado com o convite, Mariz fez algumas considerações a Temer. Uma delas: ele teria de permanecer em Brasília por ao menos dois dias da semana, o que o levaria a deixar o tradicional escritório que mantém com 12 advogados. Como assessor, Mariz teria ainda de cuidar da estruturação do setor, ir atrás de recursos. Não agrada o criminalista o fato de aceitar uma missão com prazo escasso para ser executada, menos de dois anos. Ele avalia que o tempo não seria suficiente para apresentar resultados. Outro detalhe que incomoda o advogado é que o cargo seria remunerado, o que ele não quer.

Alternativa
Na conversa com o presidente, o advogado pensou numa alternativa, como a criação de um comitê informal para planejamento e reforma do sistema penitenciário, mas sem que ele tivesse vínculo com o governo.

Mariz disse que não pretende atuar como uma espécie de “conselheiro” do presidente para a política. “Eu me disponho a ficar sempre do lado do Michel, conversar, dar palpites. Somos amigos há pelo menos 40 anos, mas ele não comentou nada sobre isso comigo”, afirmou. Segundo Mariz, o presidente foi incisivo e garantiu que está muito preocupado com a situação nos presídios. “Não podemos ficar inertes, aguardando a próxima tragédia”, disse o advogado a Temer.

“A sensibilidade do Michel é total para o problema”, afirmou Mariz. “Verifiquei uma grande preocupação do presidente em relação ao sistema penitenciário brasileiro e um desejo expresso de encaminhar soluções, por entender que a situação não pode perdurar. Ele entende que medidas práticas têm de ser tomadas pelo governo, mas com efetiva colaboração de setores da sociedade.”

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