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Marina Silva sobre Sérgio Camargo: “Irrelevante é quem presta esse serviço”

O presidente da Fundação Palmares disse que a ex-senadora e ex-ministra “não tem contribuição relevante para a população negra” no Brasil

atualizado

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Marina Silva
1 de 1 Marina Silva - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede-AC), que foi alvo do presidente da Fundação Zumbi dos Palmares, Sérgio Camargo, nesta semana, disse que ele apenas presta um serviço para o presidente da República, Jair Bolsonaro, ao anunciar que ela e outras personalidades foram excluídas da lista de pessoas negras da fundação por supostamente não terem “contribuição relevante para a população negra do Brasil”.

Ela reagiu aos comentários de Camargo e informou que identifica na ação a estratégia de Camargo para conseguir prestígio perante o chefe do Executivo. “São as mãos, os olhos e e os ouvidos do Bolsonaro”, destacou.

“O presidente da Fundação Palmares resolveu decretar quem é negro e quem não é negro. Os serviçais que se prestam a esse tipo de serviço não são os mais relevantes. São somente repetidores de quem tem poder para deixar que eles estejam à frente de uma instituição”, disse a ex-senadora, em entrevista ao Metrópoles.

“O que ele quer é apenas agradar quem se sente contemplado com esse tipo de ação. O pior dos mundos, e é isso que ele quer, é que as pessoas fiquem polarizando com ele. A gente tem que colocar a questão no seu devido lugar”, afirmou Marina.

Ela ainda identifica na ação a marca do governo de Bolsonaro, que, segundo ela, é “destruir e esvaziar” as instituições. “Quem autoriza, quem chancela, quem alimenta e quem dá mandato é o presidente da República. Tanto Sérgio Camargo quanto o ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles) acham que estão prestando um serviço. É assim que eles se sentem cacifados. Fizeram algo que vai deixar o chefe feliz”, avaliou.

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“Temos um ministro do Meio Ambiente que não gosta de ambientalista e um presidente da Fundação Palmares que não gosta de quem sempre lutou contra o racismo”, destacou. “Não por acaso, o ministro do Meio Ambiente começou o seu mandato hostilizando Chico Mendes.”

As declarações de Camargo foram feitas nas redes sociais na última terça-feira (13/10). Ele afirmou que Marina, os deputados David Miranda e Talíria Petrone (ambos do PSol-RJ), o ex-deputado Jean Wyllys e a cantora Preta Gil declaram-se negros “por conveniência política”.

“Não é um caso isolado. Jean Wyllys, Talíria Petrone, David Miranda (branco) e Preta Gil também são pretos por conveniência. Posar de ‘vítima’ e de ‘oprimido’ rende dividendos eleitorais e, em alguns casos, financeiros”, disse Camargo.

A ex-ministra não é a primeira a ter seu nome retirado da lista por determinação de Camargo. Ele já havia retirado o nome da deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ).

Marina saiu em defesa da petista. “A deputada Benedita é uma mulher que tem uma história de vida relevante para a sociedade, para a causa negra, para o combate ao racismo e na luta pela justiça social. Ele sim merece processo quando diz que existem pessoas que são negras por conveniência, para ganhar dinheiro. Quando resolve decretar quem é negro e quem não é negro”, destacou.

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